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Linha de alta velocidade ligará Porto-Lisboa em 1 hora e 15 minutos

SÁBADO/Lusa 28 de setembro de 2022 às 12:43
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António Costa diz que o projeto "une e serve o país" e admite que a ligação entre o Porto e Vigo é o "primeiro passo" para a integração da ferrovia portuguesa na rede ibérica de alta velocidade. 

Rui Manuel Farinha / LUSA

Porto-Lisboa
A nova linha de alta velocidade, que pretende ligar as duas principais cidades do país em apenas uma hora e 15 minutos no serviço direto, não terá paragens e será construída em três fases.

"Esta linha estará totalmente integrada com o resto da rede ferroviária nacional. As cidades [do Porto e de Lisboa] serão servidas nas estações centrais", disse Carlos Fernandes, do Conselho de Administração da Infraestruturas de Portugal (IP).

A construção está dividida em três fases, estando a primeira, o troço entre Porto e Soure, prevista concluir até 2028. Neste que é, disse o responsável, o "troço mais congestionado da Linha do Norte", o tempo de percurso estimado será de uma hora e 59 minutos.

O segundo troço, entre Soure e Carregado, que deve estar concluído até 2030, e deverá diminuir o tempo de percurso para uma hora e 19 minutos.

A terceira fase, entre Carregado e Lisboa, "será construída mais tarde", disse Carlos Fernandes, e permitirá atingir a duração final de uma hora e 15 minutos de toda a ligação. Carlos Fernandes garantiu, ainda, que estão previstas "múltiplas ligações" entre a linha de alta velocidade e o resto da rede ferroviária.


Lisboa-Porto-Vigo
Já o primeiro-ministro afirmou hoje que o país tem "condições financeiras" para assumir o projeto da alta velocidade Lisboa-Porto-Vigo "com tranquilidade" e sem "sobressaltos que o ponham em causa", sublinhando que reuniu uma "larguíssima maioria".

O governante, que manhã marcou presença de manhã no terminal ferroviário de Campanhã, no Porto, para a apresentação do projeto de alta velocidade, salientou que infraestruturas como esta "transcendem qualquer maioria". 

"Os grandes projetos estruturantes, a rodovia, ferrovia e aeroportuária têm de ser objeto de grande consenso nacional, validados na Assembleia da República e ter, pelo menos, o apoio de dois terços", disse, sublinhando que o projeto reuniu uma "larguíssima maioria" na AR.

António Costa destacou ainda que o projeto de alta velocidade é "essencial" para responder às "necessidades de desenvolvimento" do país e que o mesmo tem "potencial para o futuro do futuro" de Portugal e disse ter "confiança" de que os investimentos levados a cabo por este Governo são "soluções para o futuro e não problemas que ficam para outros resolver".

"Estamos a deixar soluções para os que nos sucederem", destacou, dizendo haver "condições" para, nesta legislatura, as três obras serem iniciadas e "seguirem viagem".

Aos presentes na apresentação do projeto de alta velocidade, o primeiro-ministro garantiu que, apesar dos "tempos exigentes", o futuro do país "não tem perdido o norte", lembrando ser preciso "recordar como foram ultrapassados os momentos mais difíceis da pandemia". "O que fizemos na pandemia é o que temos de fazer agora. Apoiar o presente e abrir o futuro ao futuro", referiu.

Quanto à ferrovia, a qual considerou o "parente pobre do investimento feito nas últimas décadas" no país, o primeiro-ministro disse não ser possível "resolver o que foi feito", mas "fazer o que falta".

Elencando os investimentos na melhoria das linhas, o primeiro-ministro lembrou também o concurso público para aquisição de composições, o qual, considerou, "não pode ser só visto como um investimento para o país ter novas composições, mas como uma enorme oportunidade para a indústria nacional". 

António Costa reforçou ainda que o projeto da alta velocidade "une e serve o país", bem como "reforça a fachada atlântica", admitindo que a ligação entre o Porto e Vigo é o "primeiro passo" para a integração da ferrovia portuguesa na rede ibérica de alta velocidade. 

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