A Plataforma Alentejo acusou a empresa pública de fazer estudos "encomendados à medida pelo Governo" para "beneficiar" determinados distritos da região "em detrimento" de outros.
A Plataforma Alentejo acusou esta quarta-feira a empresa públicaInfraestruturas de Portugal(IP) de fazer estudos "encomendados à medida pelo Governo" para "beneficiar" determinados distritos da região "em detrimento" de outros.
"A conclusão a que chegámos é que a IP faz estudos mais ou menos encomendados à medida peloGovernopara beneficiar determinados distritos do Alentejo em detrimento de outros e dos interesses regional e nacional", disse hoje à agência Lusa Claudino Matos, do secretariado da Plataforma Alentejo, após uma reunião, realizada na terça-feira, com um vice-presidente e técnicos da empresa.
Claudino Matos acusou a IP de estar "basicamente de costas voltadas para oAlentejo" e, "ignorando contributos da sociedade civil", também para as propostas da estratégia defendida pela plataforma em termos de acessibilidades rodoviárias e ferroviárias "indispensáveis ao desenvolvimento harmonioso" da região.
Ao nível da rede ferroviária, Claudino Matos acusou a IP de "escudar-se no facto de já ter sido aprovado e estar em execução pelo Governo um investimento tão grande" na construção da linha ferroviária de mercadorias Sines-Caia para "negligenciar outros investimentos complementares que a Plataforma Alentejo considera que são igualmente necessários e devem ser planeados para serem executados a médio-longo prazo".
O responsável lembrou que a Plataforma Alentejo defende que a ligação Sines-Caia passe por Beja "beneficiando" a exploração ferroviária de via dupla não convencional já existente entre Sines-Ermidas-Ourique/Funcheira e entre Beja-Casa Branca/Évora-Elvas/Caia-Portalegre-Abrantes e com terminais de mercadorias em Vendas Novas, Évora e área de Estremoz.
"Ao que parece, há conversações entre a IP e a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central" (CIMAC), que abrange o distrito de Évora, "para avaliar a viabilidade económica de terminais de mercadorias entre Évora e Caia", disse.
Segundo Claudino Matos, a plataforma "lamenta que a IP considere apenas a CIMAC para as conversações e não todas as comunidades intermunicipais e também outras entidades de toda a região Alentejo como a plataforma considera em termos de acessibilidades".
Desta forma, lamentou, "a IP está a fazer um estudo enviesado em relação a todo a região e para aquilo que são os objetivos da plataforma e que não considera todos os investimentos já feitos no Alentejo, ignorando, por exemplo, o aeroporto de Beja e os investimentos na agricultura no Alqueva".
Em relação à eletrificação do troço ferroviário Beja-Casa Branca da Linha do Alentejo, investimento que a plataforma considera "prioritário", Claudino Matos disse ter saído da reunião com a informação de que o Governo "vai fazer os vários estudos" necessários para poder avançar e com "a ideia de que, na melhor das hipóteses, só deverá ficar concluída dentro de cinco a seis anos".
Ao nível da rede rodoviária, sobre a reabertura ao trânsito do troço da A26 "há muito concluído" entre o nó Grândola Sul da A2 e Santa Margarida do Sado, no concelho de Ferreira do Alentejo, distrito de Beja, Claudino Matos disse que as informações prestadas pela IP "não foram muito claras" e "há um empurrar de responsabilidades" entre várias entidades para o problema que está a impedir a reabertura e para a qual não há data prevista.
A Plataforma Alentejo foi criada em 2018 por várias pessoas, entre dirigentes de organizações empresariais, entidades públicas e privadas e movimentos de cidadania e cidadãos "civicamente empenhados", para exigir ao Governo a concretização de projetos nas áreas das acessibilidades e dos transportes rodoviários e ferroviários que consideram fundamentais para o desenvolvimento sustentável do Alentejo.
Infraestruturas de Portugal acusada de "beneficiar" distritos do Alentejo
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