Primeiro-ministro mostrou intenção de um "desdobramento de escalões" já no próximo Orçamento de Estado para 2022. Em entrevista à TVI, diz que não apoiará ninguém para a sua sucessão no PS e que Portugal está a "poucas semanas" do controlo da pandemia.
O primeiro-ministro, António Costa, admitiu esta segunda-feira que o país viveu momentos "onde muito tememos que fôssemos ao fundo", mas que está agora a "poucas semanas" de "atingir um processo de controlo da pandemia graças à vacinação", comparando que Portugal "resistiu à tormenta" e que "não é o Titanic".
Lusa
Em entrevista à TVI, Costa afirmou que as empresas "resistiram melhor do que estávamos à espera" e anunciou planos para alterar os escalões de IRS no próximo ano, referindo que o plano é "ir desdobrando" escalões e que o Governo "está a fazer um trabalho muito sério" para identificar a possibilidade de desdobramento de dois escalões já no próximo Orçamento de Estado.
"Há dois escalões que têm de ser mexidos: um é o terceiro escalão, que está entre os 10 mil e os 20 mil euros, que é uma enorme diferença; e depois é o sexto escalão, que é o dos rendimentos que vão desde os 36 mil euros a 80 mil euros. De facto, há uma diferença gigantesca entre quem tem 36 mil euros por ano e quem tem 80 mil por ano", disse.
Questionado pelo entrevistador, Miguel Sousa Tavares, sobre como é que um jovem qualificado no seu primeiro emprego consegue viver recebendo 2.700€ brutos, ficando com 1.400€ euros líquidos e pagando 1.000 euros de renda por um T1 em Lisboa, o primeiro-ministro atirou que um jovem altamente qualificado "nunca ganha" 1.400 euros por mês.
Sobre se as obras previstas através do PRR vão ter mais relevância em autarquias vencidas pelo PS nas próximas autárquicas, António Costa nega categoricamente, assegurando que o Plano de Recuperação e Resiliência "vai ser executado seja o presidente da Câmara do PS, PSD, CDS ou PCP". "O plano está aprovado. Dou essa garantia, o plano está em vigor e vai ser executado. Uma coisa não tem a ver com a outra", diz, lembrando que terá de ser executado até 2026 ou perde os fundos.
Na mesma entrevista, Costa indicou ainda que Portugal "precisa urgentemente de um novo aeroporto" e considera que é "lamentável que andemos há 50 anos a discutir" a localização do mesmo.
"Não designarei nem apoiarei ninguém na minha sucessão"
O tema tem sido discutido nas últimas semanas, especialmente após o Congresso do PS, mas Costa deixou uma garantia sobre a sua sucessão no partido: "Não designarei sucessores. No dia em que decidir sair, não apoiarei ninguém", admitindo que tem deixado outras figuras socialistas emergirem, demonstrando-se "empenhado em não criar um deserto à sua volta".
"Não apoiarei A, nem B, nem C. No dia em que decidir sair não apoiarei ninguém. Pelo contrário, tenho-me empenhado bastante – e acho que esse é o meu dever – de não criar deserto à volta. Procuro os melhores quadros e dar a oportunidade para que todos e todas possam crescer, afirmar e desenvolver. Na altura em que tiver de haver um sucessor, que o PS possa ter então muitas escolhas e não esteja com dificuldade", disse.
Confrontado com a notícia do semanário Expresso, de sábado passado, segundo a qual o Presidente da República prevê que António Costa saia em 2023 das funções de primeiro-ministro, o líder socialista comentou que "não é analista de analistas e muito menos de uma manchete que é feita com base numa fonte anónima".
O que Costa também não comentou foi a possível saída de Rui Rio do PSD após uma eventual derrota nas eleições autárquicas. "Não me meto na vida dos outros partidos", acrescentando que "cada partido saberá quem está em melhores condições para liderar".
"Ninguém me paga para governar os outros partidos. Pagam-me para governar o país", disse, após ser questionado sobre se a sua vida seria mais difícil com Paulo Rangel no PSD do que com Rui Rio.
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