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Estivadores manifestam-se contra precariedade laboral

16 de junho de 2016 às 08:20
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O Cais do Sodré, em Lisboa, vai ser o ponto de encontro da manifestação dos estivadores contra a precariedade laboral

Os estivadores manifestam-se esta quinta-feira, 16 de Junho, contra a precariedade laboral, enquanto o sindicato continua a negociar com os operadores do Porto de Lisboa um novo Contrato Colectivo de Trabalho para minimizar o impacto da lei, em vigor desde 2013.

Sob o lema "Precariedade? Nem para os estivadores nem para ninguém", a concentração, que contará com trabalhadores de vários portos nacionais, está marcada para as 18h no Cais do Sodré, dirigindo-se depois para a Assembleia da República.

O grande alvo dos estivadores é a lei do trabalho portuário (Lei n.º 3/2013), aprovada pelo anterior Executivo de Passos Coelho com os votos favoráveis do PS e que o actual Governo já garantiu que não vai alterar. "Não vamos alterar a lei do trabalho portuário. O Governo não vai alterar a lei do trabalho portuário e não se trata de pressões, ou não. Não vai alterar a lei aprovada com os votos favoráveis do PS [...] na medida em que se trata de uma adaptação à legislação comunitária", afirmou na terça-feira no Parlamento a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.

Já na quarta-feira, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal, António Mariano, que esteve no Parlamento, por requerimento do PCP, defendeu que a lei do trabalho portuário "veio introduzir factores de precariedade acrescida".

Aliás, o dirigente sindical foi peremptório ao afirmar que o conflito laboral teve origem na legislação, que sempre foi contestada pela classe, e que originou vários pré-avisos de greve - só em 2013 sucederam-se durante seis meses, mas só resultaram num dia de paragem efectiva.

A paz social parecia ter chegado em Janeiro quando a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, conseguiu reatar as negociações com vista à assinatura de um novo Contrato Colectivo de Trabalho no Porto de Lisboa, mas em Abril foram interrompidas e as greves paralisaram o Porto de Lisboa durante 38 dias.

A 27 de maio, mais uma vez, a ministra do Mar foi porta-voz de um novo compromisso entre os operadores e os estivadores com vista à assinatura de um novo CCT, que permitirá aos estivadores "recuperar pela negociação colectiva coisas que a lei retirou", explicou hoje António Mariano.

O primeiro ponto desse acordo assinado na noite de 27 de maio, depois de uma longa maratona negocial, previa a redacção e assinatura do novo CCT com uma duração de seis anos, no prazo de 15 dias, prazo que terminou no sábado, dia 11 de Junho, atraso que a ministra justificou com a ausência de uma das partes.

Entretanto, num comunicado enviado às redacções na quarta-feira, os trabalhadores precários da RTP manifestam o seu apoio à manifestação convocada pelos estivadores e apelam à participação de todos os funcionários em situação precária na estação pública no protesto desta tarde.

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