Foi dado o alerta para o caso nas redes sociais depois de, durante uma gala, membros da Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia do Porto terem tirado fotografias a colegas por debaixo das mesas. Presidente da AEFEUP também estava no grupo onde as imagens eram partilhadas.
Fotografias e vídeos de alunas da Faculdade de Engenharia do Porto foram captados sem consentimento durante uma gala da associação de estudantes e depois partilhados num grupo de WhatsApp.
DR
O caso foi divulgado nas redes sociais pela presidente do movimento Não Partilhes. Inês Marinho publicou um vídeo onde refere que "várias raparigas foram fotografadas debaixo das mesas e, sucessivamente, por baixo das saias". As imagens foram posteriormente partilhadas num grupo com esse propósito e que já existe "há alguns anos", alegadamente desde 2017.
Inês Marinho acusa "ex-membros e membros atuais da direção da associação de estudantes" de serem os integrantes do grupo. No total o grupo terá cerca de oito membros, incluindo o presidente da AEFEUP, David Neves.
A AEFEUP, enviou um email aos alunos, na quarta-feira, onde garantiu condenar "veemente os acontecimentos recentes", que considera "inaceitáveis e contrários aos valores" da comunidade académica. No entanto, nunca deixa claro que "acontecimentos são esses".
Num comunicado publicado nas redes sociais referem também que "os referidos elementos da AEFEUP foram afastados dos seus respetivos cargos executivos, com efeitos imediatos e efetivos" e que "a AEFEUP condena veementemente todo e qualquer tipo de comportamento imoral e ilegal e reforça o compromisso com o apuramento dos factos".
Numa mensagem divulgada internamente mas que acabou revelada por Inês Marinho, David Neves pediu "desculpa a todas as envolvidas" e admitiu ter desconsiderado "algo que não devia ter desconsiderado": "Passei uma imagem completamente errada de como valorizo cada uma de vocês (...) Não poderia ser mais genuíno nestas palavras e no meu profundo arrependimento".
O presidente afirma que "todos os envolvidos sairão da AE da FEUP", com a exceção do próprio, e de outro membro da direção, que terminarão as funções que lhes competem "até ao fim": "Com o aproximar muito breve das eleições, não é saudável para ninguém a queda geral da associação (...) Estaremos, a partir de agora, afastados de qualquer decisão ou momento público".
Está marcada uma assembleia geral, para as 17h do dia 9 de abril, onde "todas as informações que a AEFEUP dispõe sobre os alegados casos serão partilhadas", conforme a associação de estudantes refere no comunicado partilado no Instagram.
Também o Coletivo Feminista da Faculdade de Direito da Universidade do Porto reagiu à situação considerando que "o associativismo estudantil, que deveria ser um espaço de companheirismo, desenvolvimento pessoal, reivindicação e entreajuda, transformou-se, pela mão dos responsáveis, num espaço perpetuador da violência masculina contra mulheres e raparigas".
O coletivo exige "a demissão imediata dos membros responsáveis dos cargos que ocupam e o apuramento público do seu envolvimento nos ilícitos em causa".
A Federação Académica do Porto já referiu que "o momento exige tolerância zero perante quaisquer situações de abuso e discriminação" e avançou que "não recebeu qualquer queixa relativa ao caso notificado", garantido que "caso se verifique a receção de qualquer denúncia, a mesma será remetida à Inspeção-Geral da Educação e Ciência para imediata averiguação".
Tal como Inês Marinho refere no seu vídeo, a partilha e a captação de imagens intimas é um crime, previsto com uma pena de até cinco anos, pelo que este é um caso que pode sair da Academia para ser julgado.
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
No Estado do Minnesota, nos EUA, na última semana, mais um ataque civil a civis — desta vez à escola católica Annunciation, em Minneapolis, durante a missa da manhã, no dia de regresso às aulas.
As palavras de Trump, levadas até às últimas consequências, apontam para outro destino - a tirania. Os europeus conhecem bem esse destino porque aprenderam com a sua miserável história.
A Cimeira do Alasca retirou dúvidas a quem ainda as pudesse ter: Trump não tem dimensão para travar a agressão de Putin na Ucrânia. Possivelmente, também não tem vontade. Mas sobretudo, não tem capacidade.