O presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra demitiu-se na sequência do caso da grávida que morreu na sexta-feira, anunciou esta segunda-feira a ministra da Saúde.
Demissão na Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra após caso graveCofina Media
Ana Paula Martins afirmou aos jornalistas, no Porto, que, no domingo, o presidente do Conselho de Administração da ULS Amadora-Sintra pôs o seu lugar à disposição, depois de lhe ter dado informações incompletas sobre a grávida.
"No domingo, o senhor presidente do Conselho de Administração da ULS Amadora-Sintra informou-me de que uma parte da informação que me tinha sido dada era incompleta, ou seja, que a informação que eu tinha veiculado não era a informação total porque a grávida tinha, efetivamente, tido consultas de vigilância nos cuidados de saúde primários daquela mesma ULS", referiu, no final de uma visita às instalações da Sword Health.
A ministra acrescentou ainda: "Exatamente porque esta falha é uma falha que é considerada grave pôs o seu lugar à disposição e eu aceitei a demissão do presidente do Conselho de Administração".
Lamentando a morte da grávida e do bebé, a governante, que recusou responder às perguntas dos jornalistas, explicou que, na sexta-feira, quando estava no debate do Orçamento do Estado para 2026 deu a informação que havia recebido por parte da ULS Amadora-Sintra.
"Foi uma informação que me foi dada, que não me foi só dada a mim, foi dada a todos os portugueses através da comunicação social", salientou.
Ana Paula Martins assinalou que tem sempre muito cuidado com estas informações porque são informações clínicas e não lhe compete estar a comentar casos clínicos.
"Compete aos médicos, compete às equipas e compete aos hospitais, mas, neste caso, tendo em conta a situação e porque, naturalmente, estava no parlamento e os deputados tinham todo o direito de fazer essa pergunta e eu não podia deixar de lhes responder tive o cuidado de pedir essa informação", reforçou.
Entretanto, o presidente da ULS Amadora-Sintra justificou hoje o pedido de demissão, alegando dever ético e responsabilidade pessoal, após análise detalhada dos factos relativos ao caso ocorrido na última semana envolvendo a morte de uma grávida.
No domingo, a administração do Hospital de Amadora-Sintra reconheceu que a grávida de 36 anos que morreu na sexta-feira, depois de ter tido alta dias antes, estava a ser acompanhada nos cuidados de saúde primários desde julho.
Em comunicado, o Conselho de Administração da ULS Amadora-Sintra revelou que "devido à inexistência de um sistema de informação clínica plenamente integrado, que permita a partilha automática de dados e registos médicos entre os diferentes serviços e unidades [...], só no domingo ao final da tarde foi possível verificar que a utente se encontrava em acompanhamento nos cuidados de saúde primários desde julho de 2025".
Segundo o comunicado da administração hospitalar, a mulher fez duas consultas de vigilância de gravidez, em 14 de julho e 14 de agosto, tendo realizado consultas de obstetrícia no Hospital Fernando Fonseca, na Amadora, nos dias 17 de setembro e 29 de outubro, esta última dois dias antes de morrer.
A administração daquela ULS realçou que esta informação do acompanhamento desde julho foi transmitida no domingo à ministra da Saúde e que as declarações que ela fez na Assembleia da República, onde disse que a mulher não tinha tido acompanhamento prévio, tiveram "por base informação e o comunicado emitido pela ULSASI, que se referia ao episódio em concreto que antecedeu o desfecho fatal, que teve lugar no dia 31 de outubro, no Hospital Fernando Fonseca".
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