"No futuro caberá ao parlamento, se quiser, voltar a legislar sobre a matéria e ponderar em que termos é que isso será feito", disse o Presidente da República.
O Presidente da República disse hoje que a decisão do Tribunal Constitucional sobre normas da Lei de Procriação Medicamente Assistida tem de ser respeitada e cumprida e caberá ao parlamento decidir se quer voltar a legislar sobre a matéria.
"Tem de ser respeitada essa decisão e no futuro caberá ao parlamento, se quiser, voltar a legislar sobre a matéria e ponderar em que termos é que isso será feito", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, em Beja, durante uma visita à feira agropecuária Ovibeja.
Sobre o caso da "chamada gestação de substituição", o Tribunal Constitucional (TC) "decidiu soberanamente e, portanto, nesse sentido, o que posso dizer é que tem de se cumprir aquilo que foi decidido", frisou.
"Recordarão que eu vetei a lei com várias observações, depois promulguei-a apesar de algumas observações, que foram depois retomadas pelo TC, mas o TC foi depois sobretudo buscar matéria anterior, reviu na sua jurisprudência para apreciar matéria que vinha do começo do século", referiu.
Questionado se a decisão do TC lhe agradou, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "o Presidente da República não pode ter estados de espírito em relação a decisões dos tribunais".
"As decisões dos tribunais são como são, faz parte da separação de poderes não estar a pronunciar-me sobre a decisão do TC", sublinhou.
Questionado sobre o que quis dizer com o TC ter ido buscar matéria que vinha do começo do século, o chefe de Estado esclareceu tratar-se de um poder que o Tribunal Constitucional tem.
"O tribunal pronunciou-se num caso sobre matéria que tinha sido revista recentemente e noutras normas foi apreciar matéria que vinha desde, salvo erro, 2006. É um poder que tem o TC a todo o momento apreciar se regras que vêm do passado devem ser consideradas inconstitucionais ou não", explicou.
Na terça-feira, o TC identificou normas inconstitucionais na lei da gestação de substituição e chumbou a regra do anonimato de dadores da Lei de Procriação Medicamente Assistida.
O TC justificou o chumbo a regra do anonimato de dadores por considerar que impõe "uma restrição desnecessária aos direitos à identidade pessoal e ao desenvolvimento da personalidade das pessoas nascidas" através de técnicas de procriação medicamente assistida.
Em relação à eutanásia, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "a matéria está para ser apreciada no parlamento".
"Espero, naturalmente, pelos trabalhos do parlamento para, sendo caso disso, me pronunciar sobre o diploma que chegue às minhas mãos".
Decisão sobre lei das barrigas de aluguer tem de ser respeitada
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.