Sábado – Pense por si

CDS: João Almeida quer "fortalecer partido" e criar "plataforma" com PSD mas sem Chega

24 de janeiro de 2020 às 07:31
As mais lidas

O candidato à liderança do CDS-PP defende que partido deve participar numa "plataforma à direita" de alternativa ao PS e que Chega não é uma "pedra no sapato" para os centristas.

O candidato à liderança do CDS-PP João Almeida defende que o partido deve, no imediato, fortalecer-se e depois participar numa "plataforma à direita" de alternativa ao PS, com o PSD, mas sem o Chega.

"A alternativa à governação socialista deve ser promovida através de uma plataforma à direita que reúna várias forças, designadamente as tradicionais que governaram a última vez antes do PS governar, que é o PSD e o CDS", disse, em entrevista à agência Lusa, João Almeida, um dos cinco candidatos à liderança do partido no 28.º Congresso nacional, agendado para 25 e 26 de janeiro, em Aveiro.

No caso de a direita ter maioria parlamentar em eleições legislativas, o PSD é o parceiro natural do CDS, defende, e pensar em incluir novos partidos, como o Chega, é "questão que não se coloca".

"Temos um parceiro tradicional com o qual já governámos, com o qual tivemos maiorias absolutas para governar, que é o PSD. E, portanto, é aí que nós temos de estabelecer as nossas pontes, estabelecer o nosso diálogo e só mais tarde é que se poderá ver se eventualmente faz sentido alargar essa plataforma ou não", afirmou ainda.

E João Almeida recusa ser ele a "antecipar qualquer alargamento de uma plataforma eleitoral até porque, antes disso", é preciso "fortalecer a posição do CDS", seria errado taticamente "fragilizar a posição" e "admitir acordos com quem representa [no parlamento] muito menos que o CDS".

"O caminho normal é o CDS fortalecer-se, fazer o seu trabalho interno e externo para recuperar a representatividade que tinha", acrescentou, e depois "a alternativa à governação socialista deve ser promovida através de uma plataforma à direita que reúna várias forças, designadamente as tradicionais que governaram a última vez antes do PS governar, PSD e CDS".

Mas o Chega não é, para o ex-secretário de Estado, uma "pedra no sapato" para os centristas.

"Mal era. Não faz sentido focar nos novos partidos aquilo que foi o resultado eleitoral do CDS, porque o CDS perdeu muito mais votos para a abstenção e para outros partidos do que propriamente para os dois que apareceram à direita", acrescentou.

O partido, argumentou, "perdeu 13 deputados" e "o Chega e a Iniciativa Liberal juntos têm dois".

Assumindo o papel do CDS como partido da oposição, o candidato a líder delimita um eventual diálogo com o PS a algumas áreas, mas restritas.

"Não vejo espaço para grandes convergências em matérias estruturais, mas não tenho nenhuma objeção a conversar com o PS em questões [pontuais] em que as posições do CDS possam fazer o seu caminho" e a opção do PS seja "mais próxima do CDS", admitiu.

Ou seja, "em questões pontuais", o CDS "deve ter essa abertura", explicitou.

Os candidatos à liderança do CDS são Abel Matos Santos, João Almeida, Filipe Lobo d'Ávila, Francisco Rodrigues dos Santos e Carlos Meira.

O 28.º Congresso nacional, marcado para 25 e 26 de janeiro em Aveiro, vai eleger o sucessor de Assunção Cristas na liderança dos centristas, que decidiu deixar o cargo na sequência dos maus resultados nas legislativas de outubro de 2019 -- 4,2% e cinco deputados.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!

Sinais do tempo na Justiça

A maioria dos magistrados não dispõe de apoio psicológico adequado, o que resulta em inúmeros casos de burnout. Se esta estratégia persistir, a magistratura especializada comprometerá a qualidade do trabalho, sobretudo na área da violência doméstica.

Hipocrisia

Agora, com os restos de Idan Shtivi, declarado oficialmente morto, o gabinete do ministro Paulo Rangel solidariza-se com o sofrimento do seu pai e da sua mãe, irmãos e tias, e tios. Família. Antes, enquanto nas mãos sangrentas, nem sequer um pio governamental Idan Shtivi mereceu.

Urbanista

Insustentável silêncio

Na Europa, a cobertura mediática tende a diluir a emergência climática em notícias episódicas: uma onda de calor aqui, uma cheia ali, registando factos imediatos, sem aprofundar as causas, ou apresentar soluções.