Os quatro arguidos "nunca firmaram qualquer pacto corruptivo ou pacto administrativo" com a cúpula superior do BES/GES, afirmou o advogado.
O advogado João Costa Andrade, que representa quatro arguidos do departamento financeiro do BES, assegurou que nenhum dos seus clientes falsificou contas no GES ou "participou em pactos corruptivos" com Ricardo Salgado.
Pedro Catarino/Correio da Manhã
Na exposição introdutória, o representante de Paulo Ferreira, Pedro Serra, Pedro Pinto e Nuno Escudeiro, do Departamento Financeiro, Mercados e Estudos (DFME) do BES, criticou a acusação do Ministério Público (MP). "Não enganaram a Comissão Executiva (CE) do BES, nem sabiam sequer que a CE estava a ser enganada. A CE não foi sequer objetivamente enganada. Não falsificaram as contas da ESI, não sabiam que as contas estavam falsificadas e isto mesmo é escrito pelos acusadores", disse o advogado, na segunda sessão do julgamento do caso BES, que arrancou ontem.
Segundo João Costa Andrade, os quatro arguidos "nunca firmaram qualquer pacto corruptivo ou pacto administrativo" com a cúpula superior do BES/GES. "Sabiam os arguidos que essa insolvência técnica existia? A acusação diz que não, reafirma que não sabiam. Mas eles foram chamados, nas palavras dos acusadores, a praticar atos", observou, rejeitando a tese do MP de que as defesas não contestavam os factos do processo, mas sim a interpretação desses factos: "Se calhar instava o MP a ler novamente as nossas contestações, que radicalmente não aceitam aqueles factos".
Durante a sessão da manhã foram identificadas perante o tribunal as arguidas Isabel Almeida e Cláudia Boal Faria, restando apenas identificar um arguido, António Soares. A ex-diretora financeira do BES e a antiga diretora-adjunta do DFME recusaram prestar declarações nesta fase.
Durante a sessão da manhã, à semelhança do que aconteceu na terça-feira, o advogado Tiago Rodrigues voltou a referir que a juíza foi lesada pela queda do BES já que tinha ações do banco na altura da reestruturação, em 2014. A juíza desafiou o advogado a ir à Avenida da Liberdade tentar comprar uma mala com o dinheiro dessas ações, informando-o que não seria possível.
O antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, é o principal arguido do caso BES/GES e responde em tribunal por 62 crimes, alegadamente praticados entre 2009 e 2014.
Entre os crimes imputados contam-se um de associação criminosa, 12 de corrupção ativa no setor privado, 29 de burla qualificada, cinco de infidelidade, um de manipulação de mercado, sete de branqueamento de capitais e sete de falsificação de documentos.
Além de Ricardo Salgado, estão também em julgamento outros 17 arguidos, nomeadamente Amílcar Morais Pires, Manuel Espírito Santo Silva, Isabel Almeida, Machado da Cruz, António Soares, Paulo Ferreira, Pedro Almeida Costa, Cláudia Boal Faria, Nuno Escudeiro, João Martins Pereira, Etienne Cadosch, Michel Creton, Pedro Serra e Pedro Pinto, bem como as sociedades Rio Forte Investments, Espírito Santo Irmãos, SGPS e Eurofin.
Segundo o Ministério Público, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
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