No depoimento gravado em vídeo em 2015, António Ricciardi, que morreu em 2022, afirmou que o líder do grupo era o único que "sabia de tudo".
A sessão da manhã do terceiro dia de julgamento do caso BES/GES começou com a identificação de António Soares, o último arguido que faltava ser identificado. Soares afirmou não querer prestar declarações para já, remetendo as declarações para o fim do julgamento.
Foi depois iniciada a reprodução do testemunho de António Ricciardi, gravado em 2015. No testemunho em vídeo transmitido para dentro da sala onde decorre o julgamento, Ricciardi - falecido em 2022 - afirmou que apesar de ter continuado na administração de diversas sociedades do grupo, limitava-se a assinar documentos, sendo que não participava nas decisões, apenas as validava com uma assinatura. "Acho que [os assuntos] eram decididos pelo dr. Ricardo Salgado", disse. Ricciardi afirmou ainda que tinha "confiança absoluta" em Salgado até que em novembro 2013 teve conhecimento de um "buraco nas contas" do banco, durante uma reunião do Conselho Superior.
Durante o seu depoimento ao procurador José Ranito, Ricciardi afirmou que Salgado "dominava o grupo" e que era bastante inteligente.
Ricciardi disse ainda que José Castella, ex-controller do GES e pessoa próxima de Salgado, "ia todos os dias" à sede do BES. Castella morreu em 2020. Já sobre José Manuel Espírito Santo defendeu que este não tinha a noção da "falsificação das contas". Disse mesmo: "Não estava com certeza consciente" e que se soubesse teria feito algo porque não é pessoa "de saber e deixar estar".
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