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Carlos César: "BE e PCP preferiram os jogos de poder"

Diogo Camilo
Diogo Camilo 26 de outubro de 2021 às 07:56
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Presidente do PS diz que bloquistas e comunistas optaram por "uma agenda inaceitável e irrealizável no curto prazo" em vez de chegar a consensos com o Governo para a aprovação do Orçamento do Estado.

A primeira resposta do PS ao anúncio do PCP de um voto contra na votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022 surgiu no Facebook. O presidente dos socialistas, Carlos César, acusou o Bloco de Esquerda e os comunistas de preferirem "os jogos do poder" à viabilização da proposta do Governo, optando por "uma agenda inaceitável e irrealizável no curto prazo" em vez do consenso.

"Podia, até, ser um jogo do gato e do rato entre PCP e BE. Mas não. O jogo era outro!", escreveu Carlos César, ex-líder parlamentar do PS numa publicação em que cita o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, dizendo que o Governo "'nunca foi tão longe" ao aceitar exigências de BE e PCP "antes, ou mesmo depois, da análise e votação do Orçamento na especialidade", perguntando: "Que mais podiam fazer o governo e o PS?!"

"De cada vez que o governo avançava nas negociações ou se aproximava de um acordo, eles faziam por ignorar ou davam novos passos adiante para ficarem sempre mais longe de um consenso mínimo. Procuraram sempre uma agenda inaceitável e irrealizável no curto prazo e num país como o nosso. Bastou ouvir, também o PCP, a dizer que exigia, já no próximo dia 01 de janeiro, a atualização do salário mínimo nacional para 850 euros (se assim fosse, íamos ver pequenas e médias empresas a caírem, um pouco por todo o país, como castelos de cartas, transformando salários em subsídios de desemprego e falências empresariais)", acrescenta.

Depois de Jerónimo de Sousa ter dito que "só um golpe de magia" levaria o PCP de volta à mesa de negociações, Carlos César responde que "só por magia, por magia negra, era possível contornar essa via de insensatez" dos comunistas.

"Ninguém ganha com a reprovação do Orçamento do Estado: muito menos o nosso país. Bem precisávamos, agora, de prosseguir sem interrupção, com normalidade e com confiança a concretização dos novos projetos de investimento e das medidas do Orçamento e do PRR. Não devia nem tinha que ser assim", argumenta.

O presidente socialista termina a publicação referindo que "o PS continuará a trabalhar para recuperar Portugal", com os seus "erros e virtudes", mas também com as "lições" que aprendeu "neste tempo de Governo".

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