Sábado – Pense por si

Barragem de recursos: como a EDP litiga até ao limite para fugir a uma multa de 40 milhões

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 26 de junho de 2024 às 23:00

Mais de uma dezena de recursos e reclamações, algumas no limite do prazo com multa, e duas mesmo depois de o Tribunal Constitucional já ter dado a palavra final. Como um gigante com advogados caros explora o sistema legal para tentar a prescrição de uma multa de 40 milhões de euros, por práticas que lesaram os consumidores.

O estudo do regulador público da energia, uma auditoria independente pedida pelo Governo e a análise dos seus próprios técnicos não deixavam dúvidas à Autoridade da Concorrência (AdC): a EDP Produção tinha abusado da sua posição monopolista entre 2009 e 2013 para vender energia mais cara, lesando os consumidores em várias dezenas de milhões de euros. Por esta razão, a AdC aplicou uma multa de 48 milhões de euros em 2019, o que desde então gerou uma cornucópia de recursos judiciais que ainda não terminou, mesmo com uma decisão definitiva do Tribunal Constitucional (TC), desfavorável à empresa. A via-sacra judicial ilustra como uma grande empresa, com o apoio de firmas de topo da advocacia, explora os direitos legais de defesa para tentar a prescrição, evitando a responsabilização por más práticas e gastando recursos públicos.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.

Cuidados intensivos

Loucuras de Verão

Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.