"Há casas de primeira ou segunda habitação que pelo menos foram 'lambidas' pelo fogo. Veremos se têm condições de habitabilidade. Penso que terão muitas delas", afirmou o presidente da comissão, Jorge Botelho à agência Lusa.
De acordo com o responsável, as autoridades estão "a trabalhar para que a normalidade possa ser reposta nas condições possíveis" em relação às pessoas que foram retiradas de suas casas e colocadas em espaços provisórios.
Ao Diário de Notícias, o presidente da Câmara Municipal de Monchique, Rui André, confirmou que existem várias primeiras habitações destruídas e dezenas de segundas habitações consumidas pelo fogo, não avançando com números concretos. O autarca afirmou ainda que irá precisar do apoio do Estado para reconstruir o território.
Várias localidades foram evacuadas devido a este fogo, que deflagrou na sexta-feira em Monchique e que se estendeu aos concelhos de Silves (também no distrito de Faro, no Algarve) e Odemira (distrito de Beja, Alentejo). Há registo de 25 feridos, um dos quais grave.
O fogo rural já consumiu entre 15 a 20 mil hectares, mas já foi considerado dominado em 95% do seu perímetro ao início da tarde desta segunda-feira, segundo o presidente da Comissão Distrital de Protecção Civil de Faro.
"A grande progressão de área ardida, que anda neste momento entre os 15 mil e os 20 mil hectares, a enorme parte desta área ardida foi ontem a partir das 15h00 até à noite", estimou.
O comandante distrital de operações de socorro, Vítor Vaz Pinto, esclareceu que 95% do perímetro "não tem chama activa", mas tem "alguns pontos quentes que merecem preocupação".
"O facto de não conseguirmos operar com meios aéreos dificulta que nas áreas em que não há acessos terrestres possamos garantir que não vai haver ali reactivações fortes", acrescentou.
O autarca Rui André também afirmou ao Diário de Notícias que "os terrenos do norte da vila estão muito quentes" e que é possível novo reacendimento.
Vaz Pinto sublinhou que, durante a madrugada desta segunda-feira, "foi possível debelar e extinguir uma frente de fogo superior a 13 quilómetros só com recurso a operacionais no terreno e a máquinas de rasto".
O comandante operacional afirmou que os 5% ainda activos "estão em áreas inacessíveis a meios terrestres", mas não especificou a zona geográfica por não estar na área de operações. Jorge Botelho concluiu que há confiança nos operacionais para debelarem nas próximas horas este "episódio grave".
Quanto aos meios aéreos, só vão ser activados "quando houver condições que permitam fazer operações em segurança", frisou.
