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Associação Sindical de Polícia entrega petição no Parlamento por "salários mais justos"

03 de dezembro de 2020 às 13:06
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"Na Polícia de Segurança Pública as tabelas remuneratórias não são atualizadas há mais de 10 anos", realça a petição entregue pela ASPP/PSP.

A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) entregou hoje no Parlamento uma petição pública, com 7 mil assinaturas, a reclamar a atualização das tabelas remuneratórias, cuja negociação o governo tem vindo a protelar, aproveitando a pandemia.

Esta posição foi manifestada à agência Lusa pelo presidente da ASPP/PSP, Paulo Rodrigues, que hoje entregou a petição na secretaria da Assembleia da República, na convicção de que os grupos parlamentares venham a discutir a matéria, numa altura em que a associação não vislumbra no Orçamento de Estado para 2021 qualquer reforço financeiro para atualização das tabelas remuneratórias e dos suplementos que não são atualizados há 10 anos.

"Na Polícia de Segurança Pública as tabelas remuneratórias não são atualizadas há mais de 10 anos", realça a petição - "salários mais justos" - hoje entregue naquele órgão de soberania, salientando que "além de desajustadas do contexto das tabelas salariais da administração pública, não são justas tendo em conta a complexidade, responsabilidade e risco da missão".

Segundo reiterou hoje à Lusa Paulo Rodrigues, a classe não pode "aceitar os baixos e injustos salários atribuídos aos profissionais da polícia", lembrando que "Um agente em início de carreira tem como ordenado base 791 euros e um agente principal com mais de 28 anos não ultrapassa os 1.250", situação que, disse, leva muitos profissionais que "gostam da profissão" optem por pedir transferência para outras áreas da função pública onde a perspetiva de progressão nas carreiras é mais aliciante.

Com esta petição, a ASPP/PSP pretende que a Assembleia da República discuta esta matéria e "obrigue o Governo à rápida atualização e adequação dos salários na polícia", sendo que, conforme indicou Paulo Rodrigues, existe a convicção de que o Governo aproveitou a pandemia por covid-19 para "congelar" as negociações e protelar a resolução do problema que afeta a vida e a motivação desta força de segurança que engloba cerca de 20 mil profissionais.

Além da atualização das tabelas remuneratórias que permanecem por atualizar há uma década estão também os suplementos de turno, de patrulha, de comando e as inerentes às forças de segurança, todas elas associadas à atividade essencial exercida por estes profissionais que, segundo a ASPP/PSP, arriscam a vida por um salário baixo e que "não dignifica a instituição (PSP)".

Nas palavras do presidente da ASPP/PSP, existe atualmente um sentimento de "revolta" dos polícias face à interrupção das negociações pelo Governo, ao esquecimento das promessas anteriormente feitas pelo Executivo e perante a ausência de resposta do Ministério da Administração Interna (MAI) aos ofícios para que as negociações sejam retomadas o mais cedo possível.

Paulo Rodrigues criticou que o Governo tenha aproveitado a pandemia para "protelar um conjunto de problemas" que já deviam estar resolvidos, e a "adiar a questão" remuneratória que visa dar "salários justos" a profissionais que diariamente protegem o país.

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