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Assembleia Municipal do Porto aprova monumento à Revolução Liberal

Movimento independente afirma que a Revolução Liberal do Porto de 1820 tem sido tratada "cada vez com mais leveza" e, com isso, "o Porto perde o protagonismo" tido neste marco histórico.

A Assembleia Municipal do Porto aprovou, por unanimidade, uma recomendação do grupo municipal ‘Rui Moreira: Porto, O Nosso Partido’ para prestar a "devida e justa homenagem" à Revolução Liberal e erguer um "monumento comemorativo".

A recomendação dirigida à Assembleia da República foi apresentada na sessão ordinária da Assembleia Municipal do Porto, que decorreu no Teatro do Campo Alegre, na segunda-feira, contou com o voto favorável de todos os partidos.

Na sessão, Raul Almeida do movimento independente afirmou que a Revolução Liberal do Porto de 1820, que este ano celebra 200 anos, tem sido tratada "cada vez com mais leveza" e, com isso, "o Porto perde o protagonismo" tido neste marco histórico "fundador do Portugal moderno".

"Esta recomendação é para que o Governo e o país olhem para o Porto e para que estes 200 anos sejam marcados através de uma homenagem física e monumental", defendeu.

Nas respetivas intervenções, Patrícia Faro do Partido Socialista, Bebiana Cunha do PAN e Alberto Machado do Partido Social-Democrata afirmaram acompanhar as preocupações e apelos do grupo municipal.

Por sua vez, o deputado Pedro Lourenço do Bloco de Esquerda considerou consensual que o monumento de homenagem à Revolução Liberal do Porto "fosse erguido na Praça da República".

Também Rui Sá da CDU afirmou ser "justa" a implementação na cidade, alertando não saber "se é possível a Assembleia da República mandar erguer um monumento".  

Na recomendação, o grupo municipal ‘Rui Moreira: Porto, O Nosso Partido’ defendeu que é "tempo de reclamar o devido reconhecimento" deste marco histórico para que "não se deixe esquecer e se preste a devida homenagem à Revolução Liberal do Porto".

Em janeiro, o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, lamentou a "descortesia" do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e comunicou não contar com "a presença ou colaboração" do órgão de soberania no "excelente programa" de comemorações da Revolução Liberal de 1820, já fechado e apresentado.

No mesmo dia, numa nota difundida pelo gabinete do presidente do parlamento, à qual a agência Lusa teve acesso, o presidente da Assembleia da República respondia a Rui Moreira, dizendo que em democracia não há proprietários de datas nem de cidades.

"Gostaria de deixar claro que continuo a ter pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, a mesma consideração e estima que sempre tive. No entanto, gostaria também de afirmar que não há proprietários de instituições democráticas nem de datas ou de cidades. Neste contexto, a Assembleia da República prosseguirá com o seu programa comemorativo do bicentenário do constitucionalismo português com realizações próprias e disponibilidade para participar noutras, como sempre esteve", indicava a nota.

A Revolução Liberal começou no Porto, há 200 anos, quando em 24 de agosto de 1820 se constituiu a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino.

 

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