Debate presidencial desta quarta-feira juntou dois dos candidatos mais à esquerda. Eleições marcadas para 18 de janeiro.
O debate presidencial desta quarta-feira juntou dois dos candidatos mais à esquerda. Catarina Martins e António Filipe são contra a reforma da lei laboral, que motiva a greve geral e abriu o frente a frente.
António Filipe e Catarina Martins no debate presidencial
António Filipe foi o primeiro a ter a palavra e começou por mostrar-se uma vez mais "solidário" com todos os trabalhadores que vão aderir à greve geral marcada para esta quinta-feira em todo o País, considerando que a paralisação "levaria ao limite os poderes presidenciais". Para o comunista o sucesso da greve será analisado através da adesão.
"É uma luta pela Democracia, a defesa dos direitos dos trabalhadores. É um grande serviço para a Democracia portuguesa", considerou o candidato apoiado pelo PCP.
"Esta proposta do Governo não faz nenhum sentido e espero que seja retirada", acrescentou. "Espero que o Presidente da República que vai tomar posse não tenha de intervir nesta matéria", referiu o candidato do PCP.
Catarina Martins afirmou ser "preciso defender quem trabalha" e sublinhou "a violência do que aí vêm": "Estamos a falar de um ataque a todas as gerações". A candidata a Belém apoiada pelo Bloco de Esquerda frisou ainda que "todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, têm direito a fazer greve".
A candidata considerou que a greve geral "é um sinal de que o Governo tem de ter outra proposta em cima da mesa para ser negociada".
António Filipe reconheceu que a adversária "é de esquerda sem mas", lembrando que avançou quando ainda nenhum outro do seu espaço político o tinha feito.
"Que a candidatura [de Catarina Martins] não favorece a convergência isso é um dado objetivo", disse.
A antiga líder do BE recusou depois admitir, para já, sugerir o voto noutro candidato na segunda volta.
O comunista também não quer traçar esse tipo de cenários. Convidado a detalhar o que o distingue de Catarina Martins, referiu: "Em matéria de União Europeia temos alguma diferença".
"Há muita gente abandonada neste País. E eu acho que uma Presidente da República tem de ser a voz dessas pessoas que se sentem abandonada", considerou a candidata do Bloco de Esquerda.
A guerra na Ucrânia foi tema no debate. Catarina Martins disse que a "choca profundamente um acordo de paz que vai ao encontro das pretensões de Putin, sem que a Ucrânia seja chamada às mesas de negociação".
"Já devíamos estar há muito tempo numa situação de negociação de paz", continuou a bloquista. Para Catarina Martins a "União Europeia devia ter uma voz" e não estar tão refém dos interesses de Putin e Trump.
O comunista António Filipe criticou os avanços europeus relativamente ao apoio militar prestado à Ucrânia e considerou que o caminho a seguir para a obtenção da paz é através " da diplomacia".
"A Europa devia ter-se empenhado sempre numa solução de paz. A guerra devia ter sido evitada e não tendo sido evitada devia ter sido cessada rapidamente. O apoio militar não é o caminho".
O candidato a Presidente da República frisou no frente a frente que Putin e Zelensky são "muito iguais" e que ambos são "corruptos".
Tanto Catarina Martins como António Filipe são contra a atribuição do Nobel da Paz a María Corina Machado.
António Filipe quer proposta da reforma laboral "retirada". Catarina Martins fala de "ataque a todas as gerações"
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O que deve fazer para quando chegar a altura da reforma e como se deve manter ativo. E ainda: reportagem na Síria; ao telefone com o ator Rafael Ferreira.
Num debate político talvez valesse a pena fazer uma análise de quem tem razão, quem conhece melhor o país, quem apresenta soluções exequíveis no âmbito dos poderes presidenciais, quem fala dos aspectos éticos da política sem ser apenas no plano jurídico.
De qualquer maneira, os humanos, hoje, no século XXI, são já um mero detalhe em cima da Terra. Hoje há bilionários, máquinas e os anexos – os biliões de humanos que por aqui andam.