Falando hoje na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas no âmbito de um requerimento do PSD sobre a degradação do material e o serviço prestado, o presidente da CP indicou que o montante ascende agora a 10,4 milhões de euros por ano, tendo em conta o protocolo assinado na passada segunda-feira na capital espanhola, Madrid.
Assim, estão em causa as 20 unidades já alugadas à Renfe para linhas não electrificadas (350 mil euros por cada comboio, num total de sete milhões de euros), bem como as novas quatro unidades a 'diesel' (1,4 milhões de euros) que foram acordadas com a Renfe na segunda-feira e chegam a Portugal em Janeiro do próximo ano.
Carlos Nogueira notou que as "grandes reparações" que esses quatro comboios precisam serão feitas pela Renfe, de forma a assegurar a realização de 650 mil quilómetros.
Nos 10,4 milhões de euros incluem-se ainda os dois milhões de euros relativos ao serviço internacional ferroviário realizado pelo Sud Expresso, que liga Lisboa a Hendaye, em França.
Na segunda-feira, a CP e a congénere espanhola Renfe assinaram, em Madrid, um protocolo de cooperação que permitirá à empresa ferroviária portuguesa alugar em 2019 quatro comboios a gasóleo e uma primeira composição eléctrica.
O aluguer de comboios pela CP visa suprir necessidades enquanto é aguardado o concurso para a compra de mais composições.
Portugal apenas pode alugar comboios a Espanha, uma vez que ambos os países têm bitola (distância entre carris) ibérica. Portugal ainda usa comboios a gasóleo, pois cerca de um terço da infraestrutura ferroviária portuguesa está por electrificar.
Na audição de hoje, o presidente da CP realçou que estes são "contratos de aluguer por três anos".
"Quando tivermos as 22 unidades [hoje anunciadas para o serviço regional], libertamos os comboios da Renfe. Este material é para devolver", concluiu o responsável.