"Somos de direita com muito orgulho. Não somos é de extrema-direita. Distinguimo-nos e combatemos essa extrema-direita para que a direita que existe em Portugal possa prevalecer nas urnas", disse Nuno Melo.
CDS "da tolerância" quer ser um muro para travar a extrema-direita
O cabeça de lista do CDS-PP às europeias, Nuno Melo, assumiu que os centristas querem ocupar o espaço eleitoral à direita, face ao reposicionamento do PSD, e até para ser "tampão" à extrema-direita.
Nuno Melo começou a dramatizar o voto no CDS-PP nestas eleições no jantar de sexta-feira, no Montijo, distrito de Setúbal, pedindo que o partido fique à frente do BE e do PCP e, este sábado, explicou melhor a estratégia para as europeias de dia 26 de maio que deseja que sejam "um sinal" de tolerância à Europa, que assiste a um crescimento de populismos e da extrema-direita.
Os centristas assumem-se, afirmou, como um partido da "direita democrática", da "direita da tolerância", de centro-direita, em que "gravitam liberais, democratas-cristãos e conservadores" desde a sua fundação, em 1974.
"Nós somos isso tudo", disse, para depois assinalar, como já tem feito nos discursos da campanha europeia, que o PSD sofreu um reposicionamento "ao centro", dado que os sociais-democratas dizem que o PSD "não é um partido de direita" e que até Rui Rio, o líder do partido, se assumiu como um político do centro.
E é, por isso, esse espaço de direita e centro-direita que o CDS-PP quer ocupar já nestas europeias, a quatro meses das eleições legislativas, rejeitando qualquer tipo de comparação com a extrema-direita.
"Somos de direita com muito orgulho. Não somos é de extrema-direita. Distinguimo-nos e combatemos essa extrema-direita para que a direita que existe em Portugal possa prevalecer nas urnas", afirmou.
Na prática, trata-se de uma adaptação da frase atribuída a Paulo Portas, o ex-líder do partido, que tinha a máxima "à direita do CDS, uma parede", para tentar evitar extremismos em Portugal.
Desde o início da campanha, os discursos de Nuno Melo e de Assunção Cristas, a presidente do partido, têm algumas "nuances". Enquanto a líder utiliza mais o termo "direita", mas também "centro-direita", o eurodeputado tem optado por referir-se de forma mais insistente a "direita" e "direita democrática".
A campanha eleitoral do CDS-PP terminou hoje mais cedo, por causa dos jogos decisivos para apurar o campeão nacional de futebol, não estando marcado qualquer jantar com militantes, por exemplo, e a última ação foi a meio da tarde numa feira medieval em Oliveira de Azeméis, Aveiro.
Nuno Melo, assumido adepto do Benfica, foi, segundo fonte do partido, ver o futebol a casa com a família, enquanto o resto dos candidatos e a comitiva do CDS-PP vão assistir ao jogo em Santa Maria da Feira, Aveiro, no hotel onde estão hospedados.
Descubra as Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.