Após várias incursões russas nos céus europeus Bruxelas propôs aos 27 países da UE a implementação de um "muro" antidrones.
As recentes incursões de drones na Europa demonstram que a Rússia procura uma escalada no conflito, alertou esta quinta-feira o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante uma cimeira em Copenhaga, apelando aos europeus para se mobilizarem ao lado da Ucrânia.
Carro destruído após ataques; apelo de Zelensky à EuropaUkrainian Emergency Service via AP
A estratégia de Moscovo é "simples: dividir a Europa", sublinhou nesta cimeira da Comunidade Política Europeia (CEP), que reúne quase todos os países europeus, com exceção da Rússia e da Bielorrússia.
"Devemos fazer exatamente o contrário", insistiu, lembrando a presença de soldados ucranianos enviados para Copenhaga para auxiliar a Dinamarca, após os voos de drones misteriosos no seu espaço aéreo.
"Este é apenas o início, o primeiro passo no caminho para um muro antidrones eficaz para proteger toda a Europa", sublinhou o líder ucraniano, cujo país desenvolveu uma indústria de drones única na Europa.
O Presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou estas acusações e garantiu que o Kremlin estava a acompanhar de perto "a crescente militarização da Europa".
"A resposta às ameaças será, para dizer o mínimo, muito convincente. Refiro-me à resposta. Nós próprios nunca iniciámos um confronto militar", destacou Putin em Sochi, no sudoeste da Rússia.
O líder russo acusou ainda a Europa de impedir uma solução para a guerra na Ucrânia, de "escalar constantemente" o conflito e de incitar histeria para justificar o aumento dos seus gastos militares.
Após várias incursões russas nos céus europeus, incluindo cerca de vinte drones na Polónia, Bruxelas propôs aos 27 países da UE a implementação de um "muro" antidrones.
Drones que violem o espaço aéreo europeu "podem ser destruídos. Ponto final", apontou o Presidente francês, Emmanuel Macron, em Copenhaga.
O primeiro-ministro romeno, Nicosur Dan, cujo país também foi sobrevoado por drones russos, alertou hoje que as suas forças vão derrubar o próximo drone que viole o seu espaço aéreo.
A ideia de lançar um "muro" antidrone recebeu o apoio de vários Estados-membros, mas não suscitou entusiasmo noutros, incluindo a Alemanha.
O chanceler alemão, Friedrich Merz, manifestou as suas reservas, segundo uma fonte europeia, questionando o custo desta operação e a competência da União Europeia para a implementar.
Países do sul da Europa também estão preocupados por serem deixados para trás por este projeto, que afeta principalmente os chamados países da linha da frente, geograficamente próximos da Rússia.
"Quando falamos do muro antidrone, estamos a falar de toda a Europa, não apenas de um país", reiterou Zelensky.
O chefe de Estado ucraniano apelou ainda aos europeus para que sancionem a Rússia de forma mais eficaz, visando particularmente as suas exportações de petróleo, que financiam parcialmente o seu esforço de guerra na Ucrânia.
Sobre este ponto, Emmanuel Macron apelou hoje aos europeus para que se organizem, em "estreita coordenação" com a NATO, para "aumentar a pressão" sobre a frota de navios clandestinos, que permite à Rússia exportar o seu petróleo, contornando as sanções ocidentais.
Kiev conta também com um compromisso financeiro sustentado dos seus aliados europeus.
Para tal, a Comissão Europeia propôs utilizar ativos russos congelados na Europa para financiar um empréstimo de 140 mil milhões de euros à Ucrânia, que só será reembolsado se a Rússia um dia pagar as reparações de guerra, explicou a sua presidente, Ursula von der Leyen, na quarta-feira.
A maioria dos países da UE é a favor, mas a Bélgica, onde se encontra a maioria destes ativos russos congelados na Europa, está muito relutante.
O primeiro-ministro belga, Bart De Wever, frisou hoje que aguarda garantias antes de dar o seu aval.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Os municípios portugueses têm tido um papel fulcral na promoção da saúde, do bem-estar e da inclusão. E é justamente neste âmbito que se destaca o contributo que a psicologia como ciência e profissão pode dar no cumprimento e na otimização dessa missão.
Quem rasga as vestes pelo perigo que o Chega possa representar para o regime não pode colocar-se na mesma posição e tentar, do outro lado, subverter o amado regime para travar o Chega.