Imagens de satélite comerciais mostram que as obras de reconstrução de algumas estruturas do complexo nuclear começaram entre 16 de fevereiro e 2 de março.
A Coreia do Norte está a reconstruir um complexo de lançamento de mísseis de longo alcance que desmantelou em 2018 como parte do processo de desarmamento, segundo especialistas estrangeiros e um deputado sul-coreano informado pelos serviços secretos de Seul.
A descoberta, divulgada esta quarta-feira, surge depois de uma cimeira sobre o programa nuclear de Pyongyang realizada na semana passada entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente norte-americano, Donald Trump, que terminou sem qualquer acordo. Esta quarta-feira, o líder norte-americano assumiu que, apesar do relatório ser precoce, "ficaria muito decepcionado" se se confirmasse a sua veracidade. "Ficaria mesmo muito decepcionado com o presidente Kim", acrescentou em declarações à imprensa.
O Serviço Nacional de Informações (SNI) da Coreia do Sul apresentou na terça-feira a sua avaliação sobre o local de lançamento norte-coreano Tongchang-ri a deputados sul-coreanos durante uma reunião privada. Pyongyang não reagiu, até agora, nos órgãos de comunicação estatais.
Um artigo do 38 North, um portal da Internet especializado em estudos norte-coreanos, indicou a existência de imagens de satélite comerciais mostrando que as obras de reconstrução de algumas estruturas do complexo nuclear começaram entre 16 de fevereiro e 2 de março.
Desmantelar partes do seu complexo de lançamento de mísseis de longo alcance foi um de vários passos que Pyongyang levou a cabo no ano passado, quando iniciou negociações nucleares com os Estados Unidos e a Coreia do Sul.
A Coreia do Norte realizou lançamentos de satélites naquele local nos últimos anos, o que teve como consequência a imposição de sanções por Washington, devido à opinião de especialistas segundo a qual se tratou de testes dissimulados de tecnologia míssil proibida.
Não é ainda imediatamente claro como esta descoberta afetará a diplomacia nuclear.
A cimeira Trump-Kim não foi bem-sucedida por causa de divergências relativamente ao nível de alívio nas sanções que a Coreia do Norte poderia obter em troca pelo encerramento do seu principal complexo nuclear.
Washington e Pyongyang acusaram-se mutuamente de causar o fracasso da cimeira, mas ambas as partes deixaram a porta aberta para futuras negociações.
Segundo Trump, Kim disse-lhe que a Coreia do Norte manteria suspensos os testes nucleares e de mísseis enquanto decorressem as negociações, e a Coreia do Sul e os Estados Unidos anunciaram no domingo que vão cancelar manobras militares de primavera em grande escala e substituí-las por exercícios mais pequenos, num esforço para apoiar as conversações.
Um dos deputados sul-coreanos que assistiram à reunião com o SNI disse hoje, a coberto do anonimato, que o diretor daquela agência de serviços secretos, Suh Hoon, indicou que as estruturas que estão a ser reconstruídas no complexo de lançamento incluem telhados e portas de edifícios.
De acordo com a mesma fonte, Suh disse que tal medida pode representar preparação para recomeçar a lançar mísseis de longo alcance, caso a diplomacia nuclear falhe completamente, ou pode ser uma tentativa de adicionar estruturas que possam ser dramaticamente destruídas para exibir empenho na desnuclearização quando inspetores norte-americanos visitarem o local, se as negociações com Washington correrem bem.
Trump "muito desapontado" com reconstrução de complexo nuclear por Pyongyang
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A PSP enfrenta hoje fenómenos que não existiam ou eram marginais em 2007: ransomware, ataques híbridos a infraestruturas críticas, manipulação da informação em redes sociais. Estes fenómenos exigem novas estruturas orgânicas dedicadas ao ciberespaço, com autonomia, meios próprios e formação contínua.
No Estado do Minnesota, nos EUA, na última semana, mais um ataque civil a civis — desta vez à escola católica Annunciation, em Minneapolis, durante a missa da manhã, no dia de regresso às aulas.