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Singapura vai executar mulher pela primeira vez em 20 anos por tráfico de droga

Luana Augusto com Leonor Riso 27 de julho de 2023 às 21:09
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Em 2004, Yen Woen foi executada por tráfico de droga. 20 anos depois, vai ser a vez de Saridewi Djamani. Singapura tem algumas leis antodroga mais duras do mundo.

Saridewi Djamani e Mohd Aziz bin Hussain vão ser executados esta semana em Singapura por tráfico de droga. A informação foi avançada pelo grupo de defesa dos direitos humanos Transformative Justice Collective.

Esta é a segunda vez que uma mulher é executada por este tipo de crimes. Em 2004 a cabeleireira Yen May Woen foi executada. 20 anos depois é a vez de Saridewi Djamani.

Saridewi, de 45 anos, terá vendido cerca de 30 gramas de heroína, em 2018. No seu julgamento, embora não tenha negado a venda e o consumo de heroína e metanfetamina, o juiz See Kee Oon garantiu que a mulher acabou por não dar a devida importância a essas actividades.

Mohd Aziz bin Hussain também irá ser executado durante esta semana. Em causa está o tráfico de 50 gramas de heroína. O Gabinete Central de Estupefacientes (CNB) de Singapura já afirmou que esta decisão é um "processo justo".

Esta não é a primeira vez que um cidadão passa pelo processo de pena de morte. Segundo o grupo de direitos humanos, "desde 30 de março de 2022 que Singapura já executou 15 pessoas por crimes relacionados com a droga, o que corresponde a uma média de uma execução por mês".

LUSA / MÁRIO CRUZ

Singapura é um dos países que tem algumas das leis antidroga mais duras do mundo, que o governo diz serem necessárias para proteger a sociedade. A Amnistia Internacional, no entanto, já mostrou não estar de acordo com este tipo de sanções.

"Renovamos o nosso apelo aos governos, ao Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) e ao Conselho Internacional de Controlo de Estupefacientes (INCB) para que aumentem a sua pressão sobre Singapura, de modo a que todas as execuções terminem", apelaram em comunicado.

A organização salientou ainda que juntamente com Singapura, também a China, o Irão e a Arábia Saudita, são outros três países que aderiram recentemente a execuções relacionadas com drogas.

Nos termos da legislação de Singapura, a pena de morte pode ser aplicada ao tráfico de mais de 15 gramas de heroína e mais de 500 gramas de canábis.

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