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Quem são os cinco reféns cujos corpos ainda estão em Gaza?

Desde o cessar-fogo de 10 de outubro que o Hamas devolveu 23 corpos de reféns capturados no ataque de 7 de outubro de 2023, além de todos os que ainda se encontravam vivos.

O Hamas entregou a Israel os corpos de 23 reféns capturados no ataque de 7 de outubro de 2023, desde que começou o cessar-fogo a 10 de outubro. Mas ainda falta entregar os corpos de cinco deles, que o grupo extremista admitiu estar a ter dificuldades em localizar, alegando que se encontram debaixo dos destroços provocados pelos dois anos de bombardeamentos israelitas no enclave.

Manifestação apela ao regresso de reféns israelitas
Manifestação apela ao regresso de reféns israelitas AP Photo/Francisco Seco

Por seu lado, Israel acusa o Hamas de arrastar a entrega dos corpos e ameaçou retomar os ataques ou travar a entrada de ajuda humanitária se não receber os últimos reféns. Na última entrega - feita ontem - foi restituído o corpo de um israelita que morreu a lutar contra os militantes do Hamas que entraram em vários kibbutz no 7 de Outubro. Foi identificado como sendo Lior Rudaeff, que tinha 61 anos quando foi morto.

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Eis os reféns cujos corpos ainda não foram devolvidos:

Meny Godard, 73 anos

O antigo futebolista e militar israelita Meny Godard estava em casa na manhã de 7 de outubro com a sua mulher, quando foram forçados a sair depois dos militantes do Hamas lhe terem pegado fogo. Segundo, as autoridades do kibbutz Be'eri, onde vivia, serviu na Guerra do Yom Kippur, em 1973, e no seu kibbutz desempenhou várias tarefas, entre as quais fez parte da imprensa escrita local.

Na manhã de 7 de outubro, a sua  mulher, Ayelet, ainda conseguiu esconder-se nos arbustos durante horas, até ser descoberta e morta pelo Hamas. Ainda conseguiu avisar os filhos de que o marido tinha sido morto. Os quatro filhos e seis netos acabaram por fazer um funeral duplo ao casal.

Hadar Goldin, 23 anos

Antes da guerra começar, já o corpo de Hadar Goldin estava retido em Gaza. O soldado israelita foi morto a 1 de abril de 2014, duas horas depois de ter sido começado um cessar-fogo entre o Hamas e Israel. Goldin tinha pedido a sua noiva em casamento pouco antes de ter morrido. Deixou ainda os pais e três irmãos, um deles seu gémeo. No início deste ano, o Hamas devolveu o corpo de outro soldado morto em 2014.

Ran Gvili, 24 anos

Ran Gvili serviu na unidade de elite da polícia e estava a recuperar de um ombro partido - na sequência de um acidente de mota - mas acabou por ir ajudar os seus colegas a 7 de outubro. Depois de ajudar algumas pessoas a escapar do festival Supernova - um dos locais onde mais pessoas foram mortas naquele dia - acabou por ser morto num outro local e o seu corpo foi levado para Gaza. Deixou pais e uma irmã.

Dror Or, 52 anos

Pai de três, trabalhava numa quinta que produzia leite no kibbutz Be'eri há 15 anos. Era um queijeiro de mão cheia, segundo a família e amigos, e chegou mesmo ao cargo de gerente da leitaria. A 7 de outubro de 2023, Dror e a família esconderam-se no seu abrigo quando os limitantes entraram na sua casa e abriram fogo. Ele e a mulher, Yonat, acabaram por morrer. Dois dos seus filhos, Noam, 17 anos, e Alma, de 13, foram raptados e libertados no cessar-fogo de novembro de 2023.

Sudthisak Rinthalak

O trabalhador agrícola tailandês trabalhava no kibbutz de Be'eri. Rinthalak estaria divorciado e a trabalhar em Israel desde 2017. No total, 31 trabalhadores tailandeses foram levados pelo Hamas, sendo o maior grupo de reféns estrangeiros no enclave. A maioria deles acabou libertada no primeiro e segundo cessar-fogo.