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Quem são os avós de Émile, suspeitos de "homicídio voluntário" e "ocultação de cadáver"?

Philippe Vedovini já tinha sido detido pelas autoridades na década de 1990 por acusações de violência e agressão sexual contra alunos numa escola particular católica.

Os avós maternos de Émile foramdetidos na manhã de terça-feira, por volta das 6h30, hora local, em França devido a suspeitas da prática dos crimes de "homicídio voluntário" e "ocultação de cadáver", sobre o seu neto que desapareceu em julho de 2023.

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Philippe Vedovini, avô de Émile, já tinha sido detido pelas autoridades na década de 1990 devido a acusações de violência e agressão sexual contra alunos numa escola particular católica. O osteopata teve dez filhos com a sua esposa Anne, e todos foram educados por si em casa devido às opções tradicionais e religiosas do casal. 

Antes de formar uma família, Philippe Vedovini, que agora tem cerca de 60 anos, frequentou o seminário de Riaumont, uma comuna no norte de França, já depois de se ter formado como fisioterapeuta. Na altura era conhecido como irmão Phillipe e trabalhou como supervisor num internato católico para rapazes "problemáticos" gerido por monges beneditinos, entre 1991 e 1994. Mais tarde, a escola foi investigada por várias acusações de agressões físicas e abusos sexuais por parte de ex-alunos, que referiram que os abusos ocorreram no início dos anos 1990 e identificaram Philippe Vedovini como um dos agressores.  

Os avós foram descritos pelo autarca de La Bouilladisse, cidade com seis mil habitantes na região de Bouches-du-Rhône onde vivem, como "muito religiosos, muito discretos", "que vivem de forma relativamente autossuficiente" e defendem a missa tradicional, celebrada em latim. 

Émilie, que tinha apenas dois anos e meio, desapareceu na casa dos avós na aldeia francesa de Le Haut-Vernet, a 8 de julho de 2023, enquanto brincava. Foram os avós maternos, que estavam responsáveis por Émile, que deram o alerta às autoridades. Depois disso, a história mobilizou centenas de pessoas que durante vários dias procuraram Émile numa zona de floresta e foram precisos nove meses para que as suas ossadas fossem encontradas. 

Foram os avós do menino que começaram a tradição familiar de passar as férias em Le Haut-Vernet, no sudeste francês, há cerca de vinte anos. Na aldeia eram conhecidos por terem um papel bastante ativo dentro da comunidade católica e eram eles que organizavam todos os anos um concerto de música na igreja, no qual a mãe e os cinco tios maternos costumavam cantar e tocar instrumentos.

Também os tios foram visados nesta operação uma vez que as autoridades francesas têm agora a certeza que o menino não poderia ter desaparecido sozinho.

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