Repórter tinha 28 anos e costumava cobrir os acontecimentos em Gaza. Segundo Israel, detalhes salariais comprovavam a sua ligação ao Hamas.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) mataram, no domingo, seis jornalistas da Al Jazeera, incluindo Anas al-Sharif, durante um ataque dirigido contra uma tenda perto do Hospital Shifa, na Faixa de Gaza.
Anas Al-Sharif, jornalista da Al Jazeera, morto em Gaza por IsraelAl Jazeera via AP
Segundo Israel, Al-Sharif fazia-se passar por jornalista mas era filiado do Hamas: detalhes salariais e registos de treinos terroristas comprovavam alegadamente esta ligação.
??STRUCK: Hamas terrorist Anas Al-Sharif, who posed as an Al Jazeera journalistAl-Sharif was the head of a Hamas terrorist cell and advanced rocket attacks on Israeli civilians and IDF troops.Intelligence and documents from Gaza, including rosters, terrorist training lists and… pic.twitter.com/ypFaEYDHse
A estação de televisão Al Jazeera condenou esta operação israelita apelidando-a de "assassinato seletivo" e descreveu Al-Sharif como "a única voz" no mundo capaz de relatar os acontecimentos na Faixa de Gaza - isto porque Israel não permite a entrada de jornalistas internacionais no enclave.
Quem era Anas al-Sharif?
Anas al-Sharif nasceu no campo de refugiados palestiniano de Jabalia, segundo a NDTV. Na Universidade de Al-Aqsa formou-se em comunicação social e especializou-se em rádio e televisão.
A sua carreira jornalística iniciou-se quando decidiu ser voluntário na Al-Shamal Media Network. Só mais tarde é que tornou correspondente da Al Jazeera no norte de Gaza.
Al-Sharif tinha apenas 28 anos, era casado com Bayan Khalid com quem tinha dois filhos - Sham e Salah. Era conhecido por cobrir os acontecimentos em Gaza.
Na frente de combate era conhecido por ser destemido. Num comunicado, a Al Jazeera descreveu-o até como "um dos jornalistas mais corajosos de Gaza".
Em novembro de 2023, dois meses depois do ataque do Hamas de 7 de outubro, Al-Sharif disse ter recebido vários telefonemas das forças de defesa israelitas a avisar para abandonar o norte de Gaza. Além disso, confessou que também recebeu mensagens no WhatsApp com a sua localização exata. "Apesar das ameaças", disse, "não sairei do campo. Continuarei a reportar através do norte de Gaza." Um mês depois, o seu pai, de 90 anos, morria num ataque de Israel contra a sua casa, em Jabalia.
Já em janeiro deste ano, uma multidão chegou a carregá-lo em ombros, enquanto fazia um direto, isto porque havia sido anunciado um cessar-fogo em Gaza.
Durante vários meses, o exército israelita acusou-o de ser filiado do Hamas. Em julho deste ano Al-Sharif disse até ao Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) que temia ter "bombardeado e martirizado", conta o Times of India. Apesar de ser acusado de terrorismo, vários grupos de direitos humanos, assim como a Al Jazeera, negaram sempre a sua ligação ao Hamas. Diziam que esta não passava de uma tentativa de Israel para justificar a sua perseguição aos jornalistas.
O Comité para a Proteção dos Jornalistas chegou até a pedir proteção para ele, mas Al-Sharif acabou por morrer no domingo, durante um ataque israelita. Com ele, morreram outros cinco jornalistas da estação televisiva árabe falada em inglês e financiada pelo Qatar.
Desde outubro de 2023 que os ataques israelitas já mataram quase 200 jornalistas.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A ideia de que a IA pode tomar conta do mundo pode parecer cinematográfica mas é cada vez mais real. Contudo, a Apple divulgou um estudo no qual afirma que todos este modelos não pensam, apenas memorizam.
"Às vezes precisamos de lembrar que há diferentes formas de medir o tempo. Há o tempo dos adultos, cronometrado e urgente. E há o tempo das crianças, que se mede em sorrisos e abraços", explicou a juíza Dr.ª Isabel Moreira.
Agora existem os neo-fascistas. E Steve Bannon é um deles. E a sua influência global é enorme. E em Portugal os seus discípulos não se encontram apenas no Chega.
Para perceber se uma pessoa gosta de si ou não, perceba se ela quer estar ou não perto de si. Outra pista é o tempo que demora a responder a uma mensagem, email ou chamada, o tempo indica a importância que tem para essa pessoa.