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Presidente da Rússia diz que "Lista Putin" constitui um "passo hostil" dos EUA

Vladimir Putin disse que a lista elaborada por Washington, que inclui 114 políticos e 96 oligarcas próximos do chefe de Estado russo, constitui "um passo hostil" que vai prejudicar as relações bilaterais.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje que a "lista Putin" elaborada por Washington, que inclui 114 políticos e 96 oligarcas próximos do chefe de Estado russo, constitui "um passo hostil" que vai prejudicar as relações bilaterais.

"É uma autêntica parvoíce reduzir as nossas relações a zero. Já esperávamos esta lista, não o vou esconder, e estávamos decididos a dar passos, bastante sérios, em resposta, passos que reduziriam as nossas relações ao ponto zero. Mas, neste momento, vamos abster-nos de dar esse passo", disse Putin, numa reunião com responsáveis da sua campanha para as eleições presidenciais de Março.

Putin, que admitiu que a lista constitui "um passo hostil", disse - com ironia - que se sente "diminuído" por ele próprio não estar incluído no documento do Departamento do Tesouro norte-americano.

"Este é um ato hostil, complica as relações russo-americanas e ensombra o conjunto das relações internacionais", salientou.

Anteriormente, o Kremlin tinha considerado que a divulgação da lista significa que os Estados Unidos encaram todo o governo da Rússia como "inimigo".

O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia não vai "ceder às suas emoções" no que se refere a esta lista e que a vai estudar com atenção. No entanto, Peskov chamou a atenção para o título da lei que lhe dá origem: "oposição aos adversários da América através de sanções".

"Toda esta gente foi apelidada, 'de facto', como adversários dos Estados Unidos", adiantou Peskov, cujo nome também consta da lista.

Já a secretária-geral da Câmara Alta do parlamento russo, Valentina Matvienko, (também ela na lista) disse que a publicação do documento visa influenciar as presidenciais russas.A Administração norte-americana divulgou hoje a "Lista Putin" em que identifica, a pedido do Congresso, 96 oligarcas e 114 altos funcionários do Kremlin que enriqueceram ou foram promovidos por intervenção do chefe de Estado russo.

A lista foi elaborada pelo Departamento do Tesouro e aparentemente não pressupõe a aplicação directa de sanções económicas ou diplomáticas, mas faz aumentar a pressão de Washington sobre Moscovo no caso da alegada interferência russa nas últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Entre os 96 oligarcas apontados pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos como detentores de fortunas superiores a mil milhões de dólares figuram o magnata do sector do petróleo Roman Abramovich, dono do Chelsea (clube de futebol britânico), Oleg Deripaska ou Mikhail Prokhorov.

Na lista dos 114 altos funcionários do Estado russo destacam-se os nomes do primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, além de várias dezenas de assessores, gestores de empresas estatais ou elementos de cúpula dos serviços secretos.

Alguns dos nomes que constam da lista dos funcionários já alvo de sanções decretadas anteriormente.

A elaboração do documento com os nomes dos russos enquadra-se numa lei aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos, aprovada em Julho de 2017, em que também se previa a aplicação de novas sanções contra a Rússia e o levantamento de outras já existentes.

A lei, conhecida como CAATSA (sigla em inglês) também contempla sanções contra a Coreia do Norte e o Irão.

Na segunda-feira, o Departamento de Estado norte-americano anunciou que não ia efectivar mais sanções contra o Estado russo, no contexto do CAATSA, por considerar que o facto de a lei ter sido promulgada já causou sérias perdas para Moscovo.

A aprovação da legislação (CAATSA) no Congresso contou com a oposição da Casa Branca que argumenta que o Presidente Donald Trump pretende melhorar as relações diplomáticas com o Kremlin.

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