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Portugal reconhece "registo de perigosidade" da flotilha mas fez "o que era adequado"

Lusa 13:11
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Questionado se houve contactos com o governo de Israel no sentido de proteger os cidadãos nacionais que integram esta iniciativa humanitária, o primeiro-ministro respondeu que há “uma preocupação em garantir que não há nenhum acidente".

O primeiro-ministro disse esta quarta-feira que o Governo está em contacto com Itália e Espanha sobre o acompanhamento da flotilha humanitária, reconhecendo que há um “registo de perigosidade”, mas que o executivo fez “aquilo que era adequado” neste contexto.

Luís Montenegro aborda preocupações sobre segurança de portugueses na flotilha
Luís Montenegro aborda preocupações sobre segurança de portugueses na flotilha JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

“Nós temos estado em contacto com outros Estados-membros e parceiros que têm uma intervenção direta nesse acompanhamento, nomeadamente, com Itália e também com Espanha”, disse Luís Montenegro à entrada para uma reunião informal do Conselho Europeu, em Copenhaga, capital dinamarquesa.

Questionado sobre o apelo de proteção por parte do Governo, feito pelos cidadãos portugueses que estão a bordo da flotilha humanitária em direção à Faixa de Gaza, o primeiro-ministro reconheceu que, “neste momento, há de facto um registo de perigosidade”.

No entanto, Luís Montenegro considerou que o executivo fez “aquilo que era adequado fazer dadas as circunstâncias”, nomeadamente, “fazendo um apelo para que não se corram riscos desnecessários”, à medida que a flotilha de aproxima de Gaza e há possibilidade de interceção dos militares israelitas e detenção dos ativistas a bordo.

“Não podemos fazer mais do que isso nestas circunstâncias”, sustentou.

Interpelado sobre se houve contactos com o Governo de Israel no sentido de proteger os cidadãos nacionais que integram esta iniciativa humanitária, nomeadamente a coordenadora do BE e deputada única do partido, Mariana Mortágua, o primeiro-ministro respondeu que há “uma preocupação em garantir que não há nenhum acidente e que a segurança destas pessoas não é posta em causa”.

“Mas isso também passa pelos próprios”, comentou.

Sobre a rejeição de Mariana Mortágua a este apelo para abandonar a flotilha antes de ser intercetada por Israel, Luís Montenegro disse que só tem de respeitar a decisão da deputada.

Questionado sucessivamente pelos jornalistas, Luís Montenegro não respondeu se houve um contacto do Governo com o executivo de Benjamin Netanyahu: "Aquilo que desejo é que haja posições equilibradas de todos".

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