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ONU. EUA vetam "pausa humanitária" e corredores de segurança em Gaza

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 19 de outubro de 2023 às 12:23
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Brasil deverá avançar com nova resolução. Embaixadora norte-americana achou inaceitável não ser mencionado o direito de Israel à autodefesa, e a China e a Rússia foram unânimes nas críticas aos EUA.

Os Estados Unidos usaram o seu direito de veto para chumbar esta quarta-feira, 18, uma resolução proposta pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU que apelava a que Israel criasse corredores humanitários na Faixa de Gaza e à interrupção nos combates para a retirada de civis.

REUTERS/Mike Segar TPX

O documento foi apoiado por doze dos 15 membros do Conselho de Segurança e para tentar ganhar o apoio dos Estados Unidos, não referia um cessar-fogo e sim uma "pausa humanitária" ,ao mesmo tempo que criticava os "hediondos crimes terroristas cometidos pelo Hamas".

Ainda assim não foi o suficiente e Linda Thomas-Greenfield considerou a resolução inaceitável, uma vez que não mencionava o direito de Israel à autodefesa. Mais tarde a embaixadora partilhou estar horrorizada e triste com a perda da vida de civis, mas que foram as ações do Hamas que provocaram esta crise humanitária, referindo ainda que era necessário deixar passar algum tempo para que a diplomacia de Joe Biden, que está a ser "feita em campo", funcione.

Israel agradeceu aos Estados Unidos por utilizarem o seu direito de veto. Já a China descreveu a ação como "nada menos do que inaceitável" e a Rússia considerou-a como um exemplo dos duplos padrões dos Estados Unidos.

Este veto deixou mais uma vez descoberta a falta de autoridade do organismo, uma vez que um veto de qualquer um dos membros permanentes do Conselho de Segurança (China, Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia) impede que qualquer resolução seja aprovada.

Apenas a Rússia e o Reino Unido decidiram abster-se e os restantes doze países presentes (Brasil, China, França, Albânia, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes Unidos) aprovaram o documento.

Agora os embaixadores do Brasil, que é o atual presidente do Conselho de Segurança da ONU, deverão elaborar uma nova versão do documento.

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