Missa será realizada no sábado pelas 9h, mas os rituais incluem três etapas. Da retirada do anel da mão de Francisco à procissão, saiba quais os passos a serem cumpridos.
A morte de um papa desencadeia sempre uma série de rituais. Se antigamente este momento dava lugar a eventos elaborados, hoje em dia foram simplificados, também a pedido do próprio Papa Francisco. Ainda assim, são vários os ritos que devem ser cumpridos. Estes devidem-se em três passos e incluem a retirada do anel do Sumo Pontífice e a certificação da sua morte.
Primeiro momento - Preparação do corpo
REUTERS/Dylan Martinez
O primeiro passo ocorreu na capela privada do Papa, já depois dos médicos terem confirmado a morte do líder da Igreja.
Aí, o cardinal que serve de camerlengo, Kevin Farrell, avançou com os preparativos para o funeral do Papa, marcado para sábado, às 9h. Disse o nome completo do Papa falecido que lhe foi dado quando batizado em criança - neste caso Jorge Mario Bergoglio.
Antigamente este momento ocorria ao lado da cama do Sumo Pontífice e acredita-se que o Papa recebia três pancadas na testa com um pequeno martelo de prata para confirmar a sua morte. Não há, no entanto, atualmente qualquer documento que comprove que tal tenha ocorrido.
AP Photo/Gregorio Borgia
Após, a declaração de morte do Papa segue-se, então, a destruição do anel do Sumo Pontífice. Cada papa tem um anel personalizado com o seu nome e uma imagem gravada de um pescador num barco, remetendo para o Evangelho de Mateus - onde Jesus chama São Pedro de "pescador de homens".
O anel pode servir para selar documentos oficiais. A sua destruição tem, por isso, como objetivo impedir que outra pessoa o utilize. No caso de Francisco, ele não usava o anel de pescador, embora a joia lhe tivesse sido atribuída, pelo que não foi necessário retirar-lha do dedo.
Após a destruição do anel, os aposentos do Papa são trancados, não havendo qualquer permissão para entrar. Tradicionalmente, isto acontecia para evitar roubos. A tradição mantém-se e este passo já aconteceu durante o dia ontem, segunda-feira, no mesmo dia da morte de Francisco.
Segundo momento - Exposição do corpo
Depois de vestido com a sua batina branca, vestimenta vermelhas e a estola, Francisco foi colocado num caixão simples de madeira, tal como pediu no seu testamento. O corpo está em câmara ardente na Capela de Santa Marta e será levado amanhã em procissão até à Basílica de São Pedro e é aqui que vão ocorrer o velório e o funeral.
Vatican Media via AP, HO
Na prática antiga, o corpo teria de ser colocado num caixão numa plataforma alta - o chamado catafalco. Porém, Francisco pediu para não se seguir esta tradição.
Em 2022, o papa Bento XVI este assim exposto e foi também enterrado nos três caixões de cipreste, chumbo e ulmeiro. Na altura, dois destes continham documentos específicos sobre o seu pontificado e o primeiro tinha ainda as tradicionais três malas com ouro, prata e cobre. No caso de Francisco, este pediu apenas para ter um caixo de madeira e zinco.
Para os cortejos fúnebres são esperados milhões de fiéis, que se irão reunir na praça, do lado de fora da Basílica de São Pedro. As missas continuarão depois a ser celebradas em memória de Francisco durante nove dias - um período chamado de Novendialis. Este ritual bastante antigo remete para as tradições romanas que sugeriam que o período de luto terminava no nono dias após a morte.
Se antigamente os papas eram enterrados nas catacumbas e nos arredores de Roma, agora podem ser sepultados em sítios diferentes.
Desde a morte do Papa Leão XIII, em 1903, que os Sumos Pontífices são enterrados na Basílica de São Pedro. No entanto, há quem tenha já preferido ficar na Basília de São João de Latrão, a catedral oficial de Roma, ou em outras igrejas dos arredores de Roma. No século XIV, um Papa chegou até a ser enterrado em França, quando o Papado foi mudado para esse país.
AP Photo/Andrew Medichini)
No caso de Francisco, o argentino disse que queria que "os seus restos mortais sejam depositados na Basílica Papal de Santa Maria Maior". Desde o século XVII que nenhum Papa havia sido sepultado nesta basílica. O último que aqui ficou foi o Papa Clemente IX.
Assim, no sábado, haverá uma procissão entre o Vaticano e a Basílica de Santa Maria Maior, que vai incluir o carro funerário, assim como outros carros que irão transportar a família e outros membros que participarão no ritual privado do enterro.
Só depois das orações finais e da pulverização com água benta é que o caixão é sepultado dentro da igreja e só mais tarde é que o local é aberto ao público.
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