Ursula von der Leyen vai fazer o seu quinto discurso do Estado da União, num ano marcado pela falta de consensos internos e dificuldade em assumir uma posição a nível internacional.
Esta quarta-feira, Ursula von der
Leyen volta ao Parlamento Europeu em Estrasburgo, França, para o tradicional
discurso sobre O Estado da União durante uma sessão plenária marcada pelas
diferenças dos eurodeputados quanto à guerra na Ucrânia, em Gaza e à relação da
União Europeia (UE) com os Estados Unidos.
Ursula von der Leyen vai discursar sobre o estado da União EuropeiaAP Photo/Geert Vanden Wijngaert, File
Vários críticos da presidente da
Comissão Europeia têm considerado que o acordo comercial que assinou com Donald Trump é desequilibrado e prejudica o Bloco dos 27, mas
também têm acusado Ursula von der Leyen de abandonar os
agricultores devido ao acordo assinado com a América do Sul, de retroceder nas
políticas para combater as alterações climáticas e de permanecer em silêncio
relativamente à situação em Gaza. A UE tem também tido bastante dificuldade em
assumir-se como um mediador internacional efetivo para o fim da guerra na
Ucrânia, apesar de se manter forte no apoio ao país com estatuto de candidato.
O Estado da União, discurso feito
anualmente desde 2010, marca o início de um novo ano político, mas este ano
deverá ser também uma tentativa de von der Leyen apaziguar os ânimos dentro do Parlamento
Europeu. Tipicamente este é um discurso que marca o tom dos doze meses
seguintes, com promessas, mas também onde o presidente da Comissão Europeia elenca as conquistas do último ano. A ex-ministra da Defesa alemã está no seu
segundo mandato e apesar de terem passado apenas dez meses desde que foi
reeleita, a sua liderança está a ser bastante questionada, até
porque não tem muitas conquistas para apresentar.
A realidade é que diferentes grupos
políticos, especialmente os sociais-democratas e os socialistas, tendem a fazer
acordos para dividirem entre si a eleição da presidência da Comissão Europeia e
do Conselho Europeu, que neste momento pertence a António Costa, mas alguns dos
eurodeputados questionam agora se tomaram a decisão correta e Ursula von der
Leyen já teve até de enfrentar uma moção de censura em julho, e ao que parece
está a ser preparada outra para outubro pelo partido The Left, o mais à
esquerda do parlamento.
Os pedidos de mudança na
liderança da Comissão vêm de quase todos os quadrantes políticos com, por
exemplo Bas Eickhout, copresidente dos Verdes, a considerar que “este verão foi
mau para a Europa” e pediu um discurso “claro” sobre como é que “as coisas precisam
de mudar”. Enquanto os partidos mais à direita, que tiveram um grande aumento no
número de deputados nas últimas eleições, pedem políticas mais duras para
controlar a imigração e os liberais querem medidas económicas que permitam à UE
aproximar-se dos Estados Unidos: “A Europa não se pode dar ao luxo da
estagnação ou paralisação institucional”.
Foram os socialistas e os liberais
que não deixaram que Ursula von der Leyen caísse em julho, pelo que agora
esperam ver o seu apoio retribuído através da construção de compromissos ao
centro.
No nível económico até era de
esperar que existissem conquistas para assinalar, devido às iniciativas
desencadeadas pelas conclusões do relatório do ex-presidente do Banco Central
Europeu Mario Draghi, no entanto o Parlamento tem criticado a falta de
progresso na implementação.
Ao que parece apenas a família política
de Ursula von der Leyen, o Partido Popular Europeu de centro-direita, a vai
defender. Ainda assim os eurodeputados franceses, polacos e irlandeses têm
criticado a Comissão por “não ser transparente” ao apressar a assinatura do
acordo comercial Mercosul, com cindo países da América Latina enquanto
negociava o pacto comercial dos Estados Unidos.
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