Donald Trump tomou posse como 47º presidente dos Estados Unidos esta segunda-feira, 20. Germano Almeida reforça as diferenças entre o discurso de 2017 e o foco em criar uma "América forte relativamente às outras potências".
Donald Trump fez esta segunda-feira, 20, o seu segundo discurso de tomada de posse. Passados oito anos várias são as diferenças entre os discursos que o tornaram 45º e 47º presidente dos Estados Unidos, desde a duração até ao sentimento transmitido.
Melina Mara/Pool via REUTERS
"Donald Trump prometeu uma nova era dourada americana com um discurso diferente do discurso da primeira tomada de posse", começa por explicar Germano Almeida, especialista em relações internacionais, antes de recordar que "o primeiro discurso, teve 17 minutos e foi muito centrado em querer acabar com a carnificina americana" através da qual "a elite de Washington floresceu não para beneficiar o povo, mas sim à custa do povo", assim o discurso de Trump afirmava: "Estou aqui para devolver o poder ao povo e não interessa de que partido estamos a falar porque tanto um ou outro são da elite e nunca se preocupam com o povo. Eu sim vou ser o presidente do povo", recorda.
Uma narrativa muito distinta da desta segunda-feira quando "quase no dobro do tempo", Trump falou de forma "empoderada com uma base se apoio solidificada e diversificada". "Aliás, apontou para a questão de ter tipo apoio dos negros e dos latinos como algo importante para a sua vitória", refere Germano Almeida.
Este mandado vai ser focado em "tornar a América forte com um realinhamento e reequilíbrio em relação aos outros poderes, ao seja, numa América forte relativamente às outras potências". Ainda assim o especialista reforça que o discurso "não teve uma palavra sobre a Europa, não teve uma palavra sobre como acabar com a guerra na Ucrânia".
De resto vale a pena ressalvar "três ideias fortes" nas quais Trump parece focar a sua governação: "Reduzir a imigração e acabar com a imigração ilegal", "acabar com a agenda woke, começando por declarar que só há dois géneros na América" e "restaurar uma autoridade que considera que os Estados Unidos perderam durante os anos Biden, traçando a presidência anterior como uma presidência que levou o país ao declínio".
Vale ainda referir mais uma diferença do primeiro mandato: "Trump tem agora as big tech e os CEO das grandes plataformas digitais com ele". É também por isso que reforça a "questão da liberdade" querendo "ser o presidente que vai acabar com a censura e impõe a liberdade de expressão, especialmente porque se diz vítima de censura e de perseguição", reforça Germano Almeida.
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