Em 2020, Donald Trump prometeu que ia banir o TikTok. Cinco anos depois, reverteu a proibição da plataforma e promete que a vai manter no país.
Em agosto de 2020, o presidente norte-americano Donald Trump assinou uma ordem executiva que bania a utilização do TikTok nos Estados Unidos. Trump dava 45 dias aos donos da rede social para a vender, ordem que acabou por não seguir já que um juiz decidiu suspender a ordem de bloqueio temporal da aplicação.
REUTERS/Dado Ruvic
Na altura, Trump defendia que o facto do TikTok ser propriedade de uma empresa chinesa constituía uma ameaça à segurança nacional devido às ligações na China entre o setor privado e o Partido Comunista Chinês. Os advogados do TikTok negaram que a empresa partilhe dados com as autoridades chinesas e argumentaram que o objetivo de Trump era, na realidade, restringir a liberdade de expressão.
Em março de 2023, Trump voltava a mostrar-se orgulhoso do seu caminho de proibição da rede social: "Alguém notou como toda a gente quer voltar atrás e destruir o TikTok devido à influência chinesa e Segurança Nacional. Quando quis desativar o TikTok há 3 anos, a minha proposta foi combatida por todos". Mas um ano depois, tudo mudou.
Em março de 2024, a ABC News dava conta de que Trump tinha mudado a sua posição relativamente ao TikTok depois de se ter encontrado com Jeff Yass, um dos grandes doadores da sua campanha que também é um dos investidores da plataforma chinesa.
Numa mensagem publicada na Truth Social, a sua própria rede social, Trump escrevia que era má ideia banir o TikTok já que isso beneficiaria o Facebook, o que era pior. "O TikTok é menos perigoso para os EUA que a Meta (Facebook!), que é um verdadeiro inimigo do público", acusava Trump, lamentando que a empresa de Zuckerberg tivesse feito campanha contra ele (por o ter banido do Facebook e Instagram na sequência da invasão ao Capitólio).
Mas o que justificava esta mudança de atitude? No entender de Steve Bannon, antigo conselheiro de Trump, há um simples motivo: "Dinheiro Yass", ou seja, o dinheiro doado por Jeff Yass.
A mudança de atitude face ao potencial perigo representado pelo TikTok aconteceu na mesma semana em que Biden assinava o decreto que dava à dona da rede social até 19 de janeiro de 2025 para passar o seu controlo para uma empresa norte-americana. Três meses depois, em junho, Trump cria a sua própria conta de TikTok.
Numa nota publicada na rede social X, a empresa agradeceu a Trump pela sua "clareza" na "garantia" dada aos prestadores de serviços de que "não sofrerão penalizações por disponibilizarem o TikTok". "É uma posição forte a favor da Primeira Emenda e contra a censura arbitrária. Trabalharemos com o Presidente Trump numa solução a longo prazo que mantenha o TikTok nos Estados Unidos", lê-se ainda na nota.
STATEMENT FROM TIKTOK:
In agreement with our service providers, TikTok is in the process of restoring service. We thank President Trump for providing the necessary clarity and assurance to our service providers that they will face no penalties providing TikTok to over 170…
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