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"Morte à América" nas ruas de Teerão assinala aniversário de tomada de embaixada

Lusa 04 de novembro de 2025 às 11:00
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Os Estados Unidos cortaram relações diplomáticas desde que os estudantes tomaram a embaixada em 1979, mantendo os 52 norte-americanos reféns durante 444 dias.

O regime iraniano assinalou hoje a invasão da embaixada de Washington em Teerão, em 1979, a primeira comemoração deste tipo desde que os Estados Unidos bombardearam as instalações nucleares iranianas, em junho.

Manifestantes em Teerão assinalam a tomada da embaixada dos EUA com protestos e bandeiras
Manifestantes em Teerão assinalam a tomada da embaixada dos EUA com protestos e bandeiras AP Photo/Vahid Salemi

No dia 04 de novembro de 1979, os estudantes iranianos dominaram os guardas e tomaram o edifício da embaixada dos Estados Unidos em Teerão, fazendo dezenas de reféns numa crise que durou mais de um ano.

Hoje, milhares de pessoas regressaram ao local, no centro de Teerão, gritando "morte aos Estados Unidos" e "Morte a Israel".

Alguns manifestantes penduraram imagens do Presidente norte-americano, Donald Trump, e do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e queimaram bandeiras norte-americanas e israelitas.

Os meios de comunicação estatais informaram que manifestações semelhantes ocorreram em outras cidades iranianas.

Réplicas de mísseis iranianos estiveram em exposição à margem das manifestações, algumas com a inscrição "Morte à América".

O presidente do Parlamento, Mohammad Bagher Qalibaf, foi o principal orador no protesto que decorreu hoje em Teerão.

Os Estados Unidos cortaram relações diplomáticas desde que os estudantes tomaram a embaixada em 1979, mantendo os 52 norte-americanos reféns durante 444 dias.

O líder supremo do Irão, o aiatola Ali Khamenei, prometeu na segunda-feira, durante um encontro com estudantes, que não se vai registar qualquer movimento no sentido da normalização das relações com Washington.

Os ataques aéreos israelitas durante a guerra do passado mês de junho mataram 1.100 iranianos, incluindo comandantes militares e cientistas nucleares.

Os Estados Unidos bombardearam instalações nucleares iranianas durante o conflito.

A retaliação iraniana com mísseis matou 28 pessoas em Israel.

Os ataques ocorreram após cinco rondas de negociações entre o Irão e os Estados Unidos sobre o programa nuclear de Teerão.

Entretanto, o Irão abandonou o processo de monitorização da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

O país possui ainda um armazenamento de urânio enriquecido com uma pureza até 60%, o que representa a possibilidade de ser alcançado o nível de 90% necessário para as armas nucleares.

Esta quantidade é suficiente para produzir várias bombas atómicas, caso Teerão opte por desenvolver armas nucleares.

Em setembro, as Nações Unidas voltaram a impor sanções ao Irão devido ao programa nuclear, pressionando ainda mais a República Islâmica.

As sanções vão voltar a congelar os bens iranianos no estrangeiro, além da suspensão dos acordos de venda de armas a Teerão.

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