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Ministro russo ameaça: NATO está envolvida na guerra e isso vai levar a escalada "imprevisível"

Ana Bela Ferreira
Ana Bela Ferreira 07 de fevereiro de 2023 às 12:16
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Sergei Shoigu disse esta terça-feira que envolvimento dos EUA e dos seus aliados terá consequências. Acusou ainda a NATO de apelar à Ucrânia para ocupar os territórios anexados pela Rússia.

O ministro da Defesa russo afirmou esta terça-feira que o fornecimento de armas do Ocidente à Ucrânia está a arrastar a NATO para o conflito. E isso, na opinião de Sergei Shoigu, pode levar a uma escalada "imprevisível".

Russian Defence Ministry/Vadim Savitsky/Handout via REUTERS

"Os EUA e os seus aliados estão a tentar prolongar este conflito o máximo possível. Para fazer isso, começaram a fornecer armas ofensivas pesadas, apelando abertamente à Ucrânia para ocupar os nossos territórios. De facto, esses passos estão a arrastar os países da NATO para o conflito e pode levar a um nível imprevisível de escalada", afirmou, em conferência de imprensa o ministro da Defesa de Putin.

A referência de Shoigu aos aos "nossos territórios" será uma alusão às quatro províncias ocupadas pelos russos - Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson - e onde foram feitos referendos não reconhecidos internacionalmente para a anexação dos mesmos à Rússia, em setembro do ano passado. Grande parte do território nestas regiões mantém-se, no entanto, em mãos ucranianas.

Esta não é a primeira vez que Moscovo acusa a NATO e os seu aliados de se estarem a interferir diretamente no curso da guerra. O fornecimento de armas, material de vigilância e dinheiro são uma prova disso, alegam os russos. Por isso, avisaram desde cedo que as armas da NATO fornecidas à Ucrânia são "alvos legítimos" no conflito.

Desde a invasão russa, a 24 de fevereiro do ano passado, que o governo de Volodymyr Zelensky apela ao Ocidente para o envio de ajuda militar. Os países da NATO têm colaborado com o envio de armas, drones e mísseis. A nova fase de ajuda vai incluir tanques militares que eram considerados vitais por Kiev para responder à ofensiva russa esperada para o primeiro aniversário da invasão.

Há meses que os ataques se concentram perto da cidade ucraniana de Bakhmut, no leste da província de Donetsk. A Rússia tenta controlar esta cidade que permanece em mãos ucranianas e esta terça-feira, Shoigu anunciou que aqui a ofensiva está "a avançar favoravelmente".

Outro foco da ofensiva russa é neste momento a cidade de Vuhledar, outro bastião ucraniano estratégico na ligação entre as linhas da frente a oriente e a sudeste.

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