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Joe Biden não vai despedir secretário da Defesa por não revelar hospitalização

Andreia Antunes
Andreia Antunes 09 de janeiro de 2024 às 16:00
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O secretário de Defesa dos Estados Unidos está hospitalizado desde 1 de janeiro, sem o conhecimento do presidente. Mas, alguns círculos do Pentágono já tinham conhecimento da situação desde dia 2.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, não está a considerar despedir o secretário da Defesa, Lloyd Austin, por não ter revelado a sua hospitalização de vários dias, referiu a Casa Branca esta segunda-feira.

JUNG YEON-JE/Pool via REUTERS

Lloyd Austin, que está logo abaixo de Joe Biden, na cadeia de comando das forças armadas dos Estados Unidos, ocultou a sua hospitalização, que teve inicío no dia de Ano Novo. Nem o presidente sabia que estava internado.

"Não há nenhum plano para outra coisa que não seja a permanência do secretário Austin no cargo", disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.

Os republicanos pedem o afastamento do mesmo do Pentágono, incluindo o ex-presidente Donald Trump que referiu no domingo que o secretário de Defesa deveria ser demitido pela sua "conduta profissional imprópria e abandono de dever". "Está desaparecido há uma semana e ninguém, incluindo o seu chefe, o corrupto Joe Biden, faz ideia de onde ele está ou poderá estar", escreveu Donald Trump na rede social Truth Social.

A hospitalização de Lloyd Austin foi mantida secreta por mais tempo do que se pensava, revelaram as autoridades no domingo, inclusive a sua adjunta, Kathleen Hicks, e o presidente que também foram mantidos fora do fluxo de informação.

"Deve haver uma responsabilização total, começando com a demissão imediata do secretário Austin e daqueles que mentiram por ele e uma investigação do Congresso sobre esta perigosa negligência do dever", disse Elise Stefanik, representante de Nova Iorque e presidente da Conferência Republicana da Câmara dos Representantes, em comunicado.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos foi submetido a uma primeira intervenção médica a 22 de dezembro, revelou o Pentágono no domingo. Já no dia 1 de janeiro, Lloyde Austin teve de ser internado nos cuidados intensivos do hospital militar Walter Reed, em Maryland, após sentir dores fortes. Até agora ainda não se sabe o problema de saúde que o levou a ser hospitalizado.

Kathleen Hicks assumiu algumas das funções operacionais de Lloyde Austin no dia 2 de janeiro, enquanto o mesmo estaria supostamente de férias em Porto Rico. A vice-secretária da Defesa apenas foi informada do motivo da indisponibilidade de Lloyde Austin no dia 4 de janeiro, referiram funcionários da Casa Branca à Reuters.

Foi nesse mesmo dia que Joe Biden e outros altos funcionários da Casa Branca foram informados de que Austin estava hospitalizado desde 1 de janeiro.

Pelo menos alguns círculos do Pentágono tinham conhecimento da situação do secretário de Defesa mais cedo. O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o general Charles Brown, teve conhecimento da hospitalização no dia 2 de janeiro.

O secretismo do Pentágono referente à hospitalização de Lloyd Austin durante dias, incluindo ao presidente, ao Conselho de Segurança Nacional e aos principais dirigentes do Pentágono, reflete uma falta de transparência sobre a doença, a gravidade e a data em que este poderá ter alta.

No entanto, o Pentágono referiu que Lloyd Austin permaneceu no hospital no domingo e que estava a recuperar bem. "Desde que retomou as suas funções na sexta-feira à noite, o secretário recebeu atualizações operacionais e deu as orientações necessárias à sua equipa."

Lloyd Austin afirmou numa declaração no sábado que assumia "toda a responsabilidade" pelo secretismo em torno da sua hospitalização. As suas funções exigem que esteja disponível a qualquer momento para responder a qualquer crise de segurança nacional.

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