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Israel retira tropas de algumas aldeias do Líbano, mas adia retirada total

Diogo Barreto
Diogo Barreto 18 de fevereiro de 2025 às 07:00
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Israel informou que pretende manter tropas no sul do Líbano até sentir que a zona é segura para os habitantes do norte de Israel. Cessar-fogo previa saída até hoje.

O exército israelita anunciou que vai manter vários interpostos militares no sul do Líbano depois desta terça-feira, 18 de fevereiro, desafiando abertamente o limite imposto pelas partes nas negociações do cessar-fogo. Na segunda-feira, as tropas israelitas mataram um oficial do Hamas que estava no Líbano.

REUTERS/Jim Urquhart

"O acordo entre o Líbano e Israel, monitorizado pelos Estados Unidos, irá continuar em vigor até 18 de fevereiro", referiu a Casa Branca num comunicado de 27 de janeiro, acrescentando que os respetivos governos iriam iniciar negociações para o regresso de prisioneiros libaneses detidos depois de 7 de outubro de 2023, dia em que o Hamas atacou Israel, fazendo mais de uma centena de reféns. No âmbito da trégua mediada por Washington em novembro, foi concedido às tropas israelitas um prazo de 60 dias para se retirarem do sul do Líbano.

Na altura Israel pediu mais tempo para a retirada das tropas porque o exército libanês não tinha sido mobilizado para todas as zonas do sul do Líbano de modo a garantir que o Hezbollah não restabelecia a sua presença naqueles locais. Em contrapartida, o exército libanês afirmou que não se podia mobilizar enquanto as forças israelitas não se retirassem. "Não aceitamos a prorrogação do prazo de retirada israelita, nem por um dia", afirmou então o líder do Hezbollah, Naim Qasem. "As violações do acordo de cessar-fogo confirmam a necessidade de resistência do Líbano", salientou o líder xiita. Até ao cessar-fogo, a guerra provocou 60 mil deslocados do lado israelita e acima de 1,2 milhões no Líbano, onde as autoridades de Beirute registaram mais de 3.800 mortos.

Agora, na véspera da data acordada, o exército israelita assegura que vai continuar no sul do Líbano até ter a garantia que todos os deslocados do norte de Israel "podem voltar às suas casas em segurança". "Precisamos de nos manter nestes pontos para defender os cidadãos israelitas, ter a certeza de que este processo é completo e possamos, eventualmente, devolvê-los ao exército libanês", disse o coronel Nadav Shoshani, porta-voz das Forças Armadas Israelitas, a jornalistas na segunda-feira.

O Líbano pediu esta segunda-feira a Israel que ordene a retirada das tropas do sul do país na data acordada. "Continuamos os contactos a diferentes níveis para pressionar Israel a respeitar o acordo, a retirar na data prevista e a libertar os prisioneiros", afirmou a presidência libanesa num comunicado.

Apesar de cessar-fogo continuam as operações

O exército israelita matou esta segunda-feira um comandante do Hamas num ataque na cidade portuária de Sidon, no sul do Líbano, anunciaram em comunicado as Forças de Defesa de Israel. Segundo a mesma fonte, o ataque visou Muhammad Shaheen, chefe do departamento de operações do Hamas no Líbano, que Israel acusa de ter estado recentemente envolvido na promoção de "conspirações terroristas" anunciadas pelo Irão contra cidadãos israelitas a partir de território libanês.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em ingês) já confirmaram a autoria do ataque e afirmam que Shahin era o responsável pelas operações do Hamas no Líbano e estava envolvido no planeamento de ataques contra civis israelitas com apoio iraniano. "Shaheen era uma fonte importante no seio da organização e esteve envolvido durante toda a guerra na promoção de vários ataques terroristas, incluindo o lançamento de rockets contra a frente israelita", afirmam as IDF.

Vigora atualmente um cessar-fogo em Gaza que envolve a troca de reféns israelitas pelo Hamas e a libertação de presos palestinianos em Israel. No entanto, os conflitos continuam com as forças israelitas a lançarem vários ataques contra membros do Hamas, do grupo armado xiita libanês Hezbollah e de outras fações no Líbano, enquanto estes grupos lançam foguetes, drones e ataques de artilharia contra o território israelita.

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