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Haiti. Viúva de presidente assassinado é suspeita do crime

Em 2021, Jovenel Moïse foi morto por mercenários que invadiram a sua casa. Martine Moïse foi acusada de planear o ataque, mas acusações não detalham porquê.

A mulher do antigo presidente do Haiti Jovenel Moïse é uma das 51 pessoas indiciadas pelo homicídio do marido que ocorreu na sua residência, em 2021. Martine Moïse é suspeita de um ataque protagonizado por um grupo de cerca de 20 agressores, sendo a maioria mercenários colombianos, e que culminou em disparos fatais contra o presidente haitiano.

REUTERS/Eva Marie Uzcategui

Além da viúva, também o antigo primeiro-ministro Claude Joseph, e o ex-chefe da polícia Léon Charles figuram na lista de acusados. O antigo representante da polícia é quem enfrenta as acusações mais graves: assassinato, tentativa de homicídio, posse e porte ilegal de armas, conspiração contra a segurança interna do Estado e ainda associação criminosa. Já a viúva Martine Moïse e o antigo primeiro-ministro respondem por conspiração para homicídio.

Até ao momento, ainda não foram avançados quaisquer pormenores sobre as acusações. Consta apenas no processo judicial de 122 páginas que "os indícios do envolvimento da antiga primeira-dama são suficientes" e que as declarações de Martine Moïse foram "tão contaminadas por contradições que deixam a desejar e a desacreditam". Contudo, segundo o jornal The New York Times, o documento não apresenta provas diretas do seu envolvimento no crime.

De acordo o seu advogado, Paul Turner, Martine Moïse está está a tentar agora esconder-se, e o seu paradeiro é conhecido de poucas pessoas. Quem também enfrenta acusações é Christian Emmanuel Sanon, um pastor haitiano-americano com aspirações à presidência; Joseph Vincent, antigo informador da Agência Antidrogas dos EUA (DEA); Dimitri Hérard, um chefe de segurança presidencial; John Joël Joseph, um ex-senador, e ainda Windelle Coq, uma senadora que é dada como fugitiva.

"Conseguimos descobrir com perspicácia o grau de participação e o papel de cada um dos grupos de delinquentes que se uniram sob a influência de planos maquiavélicos desenvolvidos entre autores, coautores, cúmplices e capangas para com o propósito de assassinar o presidente Jovenel Moïse", lê-se no relatório divulgado esta segunda-feira.

O crime entretanto também já levou a uma outra investigação em Miami, onde está sediada a empresa por detrás da contratação dos mercenários. Onze pessoas foram acusadas nos EUA de conspirar para o homicídio de Jovenel Moïse, sendo que seis se deram como culpadas e outras cinco aguardam julgamento em maio.

No Haiti, aponta oNY Times, algumas pessoas creem que estas acusações são políticas. De momento é controlado por gangues, Jovenel Moïse não foi substituído, e os detentores de cargos políticos já viram os seus mandatos caducar.

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