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A Administração Civil israelita na Cisjordânia aprovou um plano de construção de um novo colonato num vasto terreno a leste de Jerusalém.
O secretário-geral da ONU pediu esta quinta-feira a suspensão do novo plano de colonatos aprovado por Israel em Jerusalém Oriental, alertando que resultará na separação do norte do sul do território palestiniano da Cisjordânia.
Guterres alerta para plano de colonatos de Israel na CisjordâniaAP Photo/Richard Drew
A Administração Civil israelita na Cisjordânia, órgão governamental no território ocupado, aprovou um plano de construção num vasto terreno a leste de Jerusalém, conhecido como E1, que contribuirá para isolar a cidade dos territórios palestinianos e favorecer a colonização do enclave.
O porta-voz de António Guterres, Stéphane Dujarric, afirmou na conferência de imprensa diária que estes planos foram exacerbados por uma declaração do ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, que os interpretou como "enterrar a ideia de um Estado palestiniano” e “prosseguir um dos muitos passos” a ser dados “no terreno como parte do plano para a soberania de facto” sobre a Cisjordânia.
"Pedimos a reversão deste processo", disse Dujarric, que reiterou a posição inabalável da ONU sobre os colonatos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental: "Violam o direito internacional, consolidam a ocupação e obstaculizam ainda mais a perspetiva de uma solução de dois Estados" de Israel e Palestina.
Está prevista para a próxima semana a ratificação do plano, que além da construção de mais três mil habitações entre Jerusalém e o colonato judaico de Ma'ale Adumim prevê uma nova estrada para separar o tráfego palestiniano do israelita, ligando Belém a Ramallah sem passar por Jerusalém.
Durante vários anos, as autoridades israelitas evitaram a implementação do projeto de construção E1, devido à pressão da comunidade internacional, que teme que a expansão dos colonatos impeça o estabelecimento de um Estado palestiniano contíguo a Jerusalém Oriental.
No próximo mês, durante a Assembleia-geral da ONU, vários países, como França, Canadá, Austrália e Portugal, devem reconhecer oficialmente o Estado palestiniano.
No ano passado, o principal tribunal da ONU, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), declarou que a presença de Israel nos territórios ocupados palestinianos “é ilegal” e pediu a suspensão imediata da construção de colonatos, condenando o controlo de Israel sobre as terras que conquistou há quase 60 anos.
O anúncio do plano israelita gerou ampla condenação internacional.
A Comissão Europeia, através da porta-voz para a diplomacia, Anitta Hipper, condenou o plano israelita, rejeitando qualquer alteração territorial "que não seja parte de um acordo político entre as partes implicadas, pelo que a anexação de território é ilegal à luz do direito internacional".
Egito, Jordânia e Qatar consideraram que os planos do Governo israelita “incentivam a violência” e condenaram os “planos expansionistas” de Israel.
Os três países rejeitaram categoricamente “planos e declarações extremistas” do ministro das Finanças israelita, que perspetivam o isolamento da parte oriental de Jerusalém do resto da Cisjordânia, ambos territórios ocupados por Israel desde 1967.
O Qatar, que está a mediar, em conjunto com o Egito e os Estados Unidos, uma trégua em Gaza, apelou para que “a comunidade internacional se una para obrigar a ocupação israelita a travar os planos de colonização e a cumprir as resoluções de legitimidade internacional”.
A Liga Árabe, composta por 22 países, considerou que a criação de um Estado palestiniano na Cisjordânia ocupada e em Gaza, com capital em Jerusalém Oriental, é a única solução para o conflito no Médio Oriente.
As condenações aos planos surgiram poucas horas depois de o organismo pan-árabe, bem como vários governos de países que o integram, terem rejeitado declarações do primeiro-ministro israelita à estação i24News, em que Benjamin Netanyahu afirmou sentir-se muito ligado à visão do chamado 'Grande Israel'.
O termo abrange territórios palestinianos ocupados por Israel na guerra de 1967, assim como partes da Jordânia e do Egito.
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