As autoridades perderam nove dos sobreviventes, todos homens egípcios que estão agora acusados de tráfico de pessoas e de participação numa organização criminosa.
Três dias depois daquilo que já é considerado um dos piores naufrágios no mar Mediterrâneo dos últimos anos as autoridades gregas continuam à procura de sobreviventes, ainda sem sucesso o que aumenta as probabilidades de centenas de pessoas já terem morrido afogadas.
Angelos Tzortzinis/Pool via REUTERS
O barco começou a sua rota em Tobruk, na Líbia, no dia 10 de junho. A ONU já pediu que sejam tomadas medidas urgentes para evitar novas tragédias.
Até ao momento foram confirmadas 78 mortos e 104 sobreviventes, a maioria sírios, egípcios e paquistaneses, mas a polícia acredita que cerca 500 pessoas ainda estão desaparecidas, mais de cem crianças.
Apesar de não ter sido encontrada mais nenhuma pessoa com vida desde quarta-feira, as buscas continuam a ser realizadas por um helicóptero, uma fragata e três embarcações. A maioria dos sobreviventes já foram transferidos para um abrigo em Malakasa, perto de Atenas.
As autoridades gregas já rejeitaram as alegações de que o naufrágio foi originado porque a guarda costeira grega tentou rebocar o barco de pesca apesar de alguns relatos garantirem que uma corda foi amarrada ao barco por guardas costeiros, que se recusaram a agir antes.
Um porta-voz do governo avançou, esta sexta-feira que um navio da guarda costeira se aproximou do barco, mas sempre com a distância de segurança necessária. Ilias Siakantaris revelou ainda que fui usado um corda para que a guarda costeira conseguisse "se aproximar, para saber se era necessária ajuda" mas garantiu que não houve qualquer tentativa de rebocar o barco.
Os responsáveis pelo barco terão recusado a ajuda e garantido: "Vamos para Itália".
As autoridades monetizaram a embarcação durante 15 horas antes de esta se afundar. Já na quarta-feira de madrugada terá sido comunicado à guarda costeira um problema motor, passados cerca de 40 minutos o barco começou a balançar e afundou, especialistas referem que o barco pode ter ficado sem combustível ou que os problemas no motor podem ter levado os passageiros a ficarem impacientes e a deslocarem-se rapidamente no barco, que o fez com que virasse.
No entanto na noite de quinta-feira um sobrevivente partilhou com o ex-primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que a guarda costeira lançou uma corda para e barco e que "como não sabiam como puxar a corda, a embarcação começou a inclinar-se para a direita e a esquerda" o migrante referiu ainda que "aguarda costeira estava a ir muito rápida e a embarcação afundou-se".
A Alarm Phone, um grupo de apoio a refugiados que esteve em comunicação com o barco, garante que foi pedida ajuda pelo menos duas vezes e que o próprio grupo alertou as autoridades gregas horas antes do naufrágio.
Para a Amnistia Internacional "o governo grego tinha responsabilidades específicas em relação a todos os passageiros do navio, que estavam claramente em perigo". A ONG acusa ainda que esta era "uma tragédia de proporções inimagináveis, ainda mais porque era totalmente evitável".
O Papa Francisco, que já várias vezes abordou os a crise migratória, já lamentou a tragédia e pediu que sejam tomadas medidas para evitar que se volte a repetir: "Temos de fazer tudo o que for possível para que os migrantes que fogem á guerra e à pobreza não encontrem a morte enquanto procuram um futuro de esperança".
O governo provisório conservador que lidera a Grécia até 25 de junho tem adotado uma postura mais dura nas questões relacionadas com as migrações, construindo muros nas fronteiras e aumentando o controlo. Nos últimos menos Atenas foi também acusada por ONGs de enviar migrantes para a Turquia, impedindo-os de pedirem asilo na Grécia, algo que o governo nega.
As autoridades perderam nove dos sobreviventes, todos homens egípcios agora acusados de tráfico de pessoas e de participação numa organização criminosa. Estes homens presos na noite de quinta-feira terão planeado a viagem entre a Líbia e a Itália.
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