A violência intercomunitária na Síria entre combatentes tribais sunitas, beduínos e drusos fez mais de 700 mortos desde 13 de julho.
O Governo sírio anunciou hoje um cessar-fogo nos combates intercomunitários em Sweida e o início do envio das suas forças para esta província predominantemente drusa no sul do país, onde ainda se registam casos esporádicos de violência.
Em comunicado, a Presidência síria anunciou um "cessar-fogo imediato" e apelou a "todas as partes que o respeitem integralmente" após a violência que envolveu os drusos, uma minoria esotérica de um ramo do Islão.
A violência intercomunitária entre combatentes tribais sunitas, beduínos e drusos fez mais de 700 mortos desde 13 de julho, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), e obrigou dezenas de milhares a fugir.
O Governo interino de Ahmad al-Charaa anunciou também o reenvio das suas forças para a província de Sweida, após um acordo de cessar-fogo assinado - sob mediação dos Estados Unidos - com Israel, que anteriormente se opunha à presença de forças do Governo sírio na região.
"A província de Sweida continua a ser parte integrante do Estado sírio e os drusos constituem um pilar fundamental do tecido nacional sírio. Não devemos julgar toda a comunidade drusa pelas ações de um pequeno grupo que assumiu posições que não representam a história desta antiga comunidade", afirmou hoje num discurso Al-Charaa, citado pela agência noticiosa oficial SANA, saudando o cessar-fogo.
"Se os acontecimentos recentes demonstram alguma coisa […], é que o povo de Sweida, com todas as suas seitas, apoia o Estado e rejeita qualquer tipo de plano de partilha", garantiu Al-Charaa.
"Os recentes acontecimentos na província de Sweida marcaram um ponto de viragem perigoso e os confrontos violentos entre estes grupos teriam quase ficado fora de controlo se não fosse a intervenção do Estado sírio para acalmar a situação", afirmou Al-Charaa.
O Presidente interino sírio apontou os grupos armados drusos e Israel como responsáveis por desencadear a crise e alimentá-la com ataques, como o lançado na quarta-feira passada contra o Ministério da Defesa sírio, no coração de Damasco.
Na manhã de hoje, ocorreram confrontos esporádicos na província de Sweida, situada perto dos Montes Golã, anexados por Israel, segundo testemunhas.
Na sexta-feira, o enviado dos EUA para a Síria, Tom Barrack, anunciou que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e Al-Charaa "concordaram com um cessar-fogo".
"Apelamos aos drusos, beduínos e sunitas para que deponham as armas e, juntamente com outras minorias, construam uma nova e unida identidade síria, em paz e prosperidade com os seus vizinhos", declarou Barrack na rede social X.
Os confrontos começaram no domingo passado entre combatentes drusos, beduínos e sunitas na cidade de Sweida, no sul da Síria, antes da intervenção das forças do Governo sírio, acusadas de também terem combatido os grupos drusos.
A situação levou Israel, que apoia os drusos, a bombardear alvos de tropas governamentais em Sweida e até a sede do Ministério da Defesa sírio em Damasco, ameaçando adotar novas medidas para proteger membros da minoria drusa. As tropas governamentais deslocadas para Sweida na terça-feira já haviam sido desmobilizadas e o Governo tinha passado a responsabilidade da segurança da região para grupos e autoridades religiosas locais.
EPA/ATEF SAFADI
Governo sírio anuncia cessar-fogo e envio de forças para Sweida
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