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EUA: Debate marcado por ataque cerrado a Bloomberg, o "fígado de galinha" do Partido Democrata

20 de fevereiro de 2020 às 10:45
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Candidatos abordaram o passado de comentários sexistas e de políticas discriminatórias do multimilionário, com Warren a questionar norte-americanos se estes queriam um "novo Trump". Tom dos ataques subiu de tal maneira que este desabafou para os moderadores: "Mas eu sou fígado de galinha?"

O nono debate das primárias democratas para as eleições presidenciais nos Estados Unidos tinha como grande atração a estreia de Michael Bloomberg. Em Las Vegas, estado do Nevada onde no sábado vão decorrer as primárias, o multimilionário e antigo autarca de Nova Iorque foi admitido pela primeira vez graças às projeções de intenções de voto superiores a 10%, apenas para sair atacado por todos os adversários e gozado pelo próprio presidente, Donald Trump.

Depois de primárias em Iowa e New Hampshire, em que o senador Bernie Sanders e o antigo autarca Pete Buttigieg foram os grandes vencedores, o primeiro debate de Bloomberg foi marcado por questões sobre o seu passado de comentários sexistas e de políticas discriminatórias.

O primeiro ataque coube à senadora Elizabeth Warren: "Os democratas não vão ganhar [as presidenciais] se tiverem um candidato que esconde as declarações de impostos, assédio a mulheres e apoio a políticas racistas". Warren insistiu nestas acusações e instou Bloomberg a "libertar" as mulheres com as quais assinou acordos de confidencialidade para que possam falar livremente sobre as suas experiências.

Warren came out SWINGING at Bloomberg pic.twitter.com/3D8bnvvm4m

"Não vamos derrotar [o Presidente dos Estados Unidos, Donald] Trump com um homem que tem não se sabe quantos acordos de confidencialidade com mulheres", advertiu a senadora. Bloomberg escusou-se a revelar quantos acordos daquele tipo terá assinado e disse que os casos iam continuar em segredo: "elas decidiram quando chegaram a um acordo que queriam manter segredo".

Já o senador Bernie Sanders criticou o passado recente de Bloomberg como apoiante do Presidente George W. Bush (2001-2009) e de estar agora a usar a fortuna para "comprar" a candidatura democrata. Ao todo, Bloomberg já investiu mais de 370 milhões de dólares em publicidade desde o início da sua campanha.

A senadora Amy Klobuchar desafiou o bilionário a divulgar as declarações de rendimentos, comparando o candidato democrata com Donald Trump. "Acredito que precisamos de alguém diferente de Trump", disse.

O tom dos ataques subiu de tal maneira o tom que, após Biden intervir, este soltou um desabafo para os moderadores: "Mas eu sou fígado de galinha?"

Am I chicken liver? #DemocraticDebate pic.twitter.com/ARimJZVWFC

O ex-vice-Presidente norte-americano Joe Biden criticou as políticas policiais racistas do antigo presidente da câmara de Nova Iorque e também a oposição manifestada por Bloomberg ao Obamacare, a lei de saúde de Barack Obama (2009-2017), que deu uma cobertura para as despesas médicas a milhões de norte-americanos.

De um modo geral, Bloomberg ignorou estes ataques e no final do debate foi quem menos falou entre os seis participantes, embora tenha sido o mais interpelado.

Como favorito, de acordo com as sondagens de opinião, a vencer as primárias, Sanders foi também alvo de alguns ataques relativamente ao sistema de saúde público e universal que o candidato defende, mas também por não ter divulgado os relatórios médicos depois do enfarte que sofreu em outubro próximo.

Nenhum dos democratas se comprometeu a respeitar o candidato mais votado nas primárias, caso nenhum chegue ao final com a necessária maioria absoluta de delegados à Convenção Nacional Democrata, na qual será escolhido o rival de Trump.

Tanto Bloomberg, como Buttigieg, Warren, Biden e Klobuchar defenderam acordos nesse cenário.

"Não devíamos ter que escolher entre un candidato que pretende incendiar este partido e outro candidato que quer comprar este partido", disse Pete Buttigieg, numa clara referência a Sanders e Bloomberg.

Depois das eleições no Nevada, os candidatos democratas voltam aos debates na próxima terça-feira na Carolina do Sul, quarto estado a realizar primárias prevista em 29 de fevereiro.

Os candidatos procuram com estes debates destacarem-se na corrida para a Super Terça-feira de 03 de março, em que 14 estados vão às urnas, incluindo os dois maiores: California e Texas.

Trump diz que Mini-Bloomberg teve a "pior prestação na história dos debates"

Também o presidente norte-americano não poupou a estreia do multimilionário em debates das primárias democratas, referindo-a mesmo como "talvez, a pior em toda a história dos debates". "Ele estava a tropeçar, a cambalear e foi incrivelmente incompetente. Se isto não o deixa fora da corrida, nada o deixará", escreveu no seu Twitter, deixando ainda uma farpa: "Não é assim tão fácil o que eu fiz!".

Mini Mike Bloomberg’s debate performance tonight was perhaps the worst in the history of debates, and there have been some really bad ones. He was stumbling, bumbling and grossly incompetent. If this doesn’t knock him out of the race, nothing will. Not so easy to do what I did!

Depois das eleições no Nevada, os candidatos democratas voltam aos debates na próxima terça-feira na Carolina do Sul, quarto estado a realizar primárias prevista em 29 de fevereiro.

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