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Ensaio de Vasco Rato: O fascismo deixou de existir

Vasco Rato
Vasco Rato 11 de fevereiro de 2023 às 10:00

O nazismo chegou ao poder há 90 anos, Mussolini há 100. Mas a violência sistemática de há um século deixou já de ser necessária para garantir o domínio absoluto sobre a sociedade. Como a China está a demonstrar.

George Orwell descreveu o fascismo europeu da década de 30 como uma bota a esmagar um rosto humano durante toda a eternidade. Ao recorrer a esta perturbante imagem, pretendia enfatizar a violência pervasiva que constituía a essência dos movimentos fascistas que, nessa época, conquistavam o poder em toda a Europa. Na perspetiva de Orwell, o fascismo era, portanto, sinónimo de violência sistemática, incessante e intemporal. Hoje, 100 anos depois de Benito Mussolini ter assaltado o poder em Roma e 90 anos depois de Adolfo Hitler ter sido nomeado chanceler alemão – a 30 de janeiro de 1933 – a violência extrema dos fascismos afigura-se como arcaica. Muito simplesmente, tornou-se desnecessária para garantir o domínio absoluto sobre a sociedade.

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