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Donald Trump insiste no desarmamento do Hamas

O Hamas tem recusado o desarmamento, pretendido por Trump para desbloquear a segunda fase do plano de paz e cessar-fogo em Gaza.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, reiterou esta segunda-feira, no início de um encontro com o primeiro-ministro israelita, que o movimento islamita Hamas deve ser desarmado em Gaza no âmbito do plano de paz para o território palestiniano. 

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos

"Tem de haver desarmamento; sabem, temos de desarmar o Hamas", disse Trump em breves declarações aos jornalistas antes da quinta reunião este ano com Benjamin Netanyahu, elogiando o "trabalho fenomenal" deste à frente do governo israelita. 

O Hamas tem recusado o desarmamento, pretendido por Trump para desbloquear a segunda fase do plano de paz e cessar-fogo em Gaza. 

"O Hamas deve ser desarmado", insistiu o Presidente norte-americano na sua residência em Mar-a-Lago, na Florida (sudeste), onde recebeu Netanyahu. 

A segunda fase da paz em Gaza ainda não começou devido a divergências substanciais, incluindo o desarmamento do movimento islamita, a retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza e a definição de um modelo de governação interina para o enclave palestiniano após o conflito. 

Poucas horas antes do encontro, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, braço militar do Hamas, declararam que não tencionam entregar as armas "enquanto persistir a ocupação israelita" e reafirmaram o "direito inerente" de responder a alegadas violações do cessar-fogo em Gaza. 

"O nosso povo está a defender-se e não entregará as suas armas enquanto a ocupação persistir. Não se renderá, nem mesmo se tiver de lutar com unhas e dentes", afirmou o porta-voz Abu Obeida, que adotou o mesmo nome de guerra do seu antecessor, eliminado por Israel em agosto mas cuja morte só hoje foi confirmada pelo Hamas.   

Netanyahu chegou no domingo aos Estados Unidos para aquele que é o seu quinto encontro, este ano, com o Presidente norte-americano. 

Embora não exista uma agenda pública, espera-se que discutam os progressos do cessar-fogo na Faixa de Gaza e as tensões de Israel com o Irão e o Líbano. 

Antes, Netanyahu encontrou-se com Tali e Itzik Gvili, pais de Ran Gvili, o último refém morto cujo corpo ainda permanece em Gaza. 

O primeiro-ministro israelita encontrou-se também hoje com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.  

Segundo o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Tommy Pigott, Rubio e Netanyahu discutiram “a segurança regional, a cooperação económica e o combate ao anti-semitismo".  

“Ambos os líderes enfatizaram a importância da cooperação contínua para promover a paz e a estabilidade no Médio Oriente, em linha com a visão do Plano de Paz de 20 Pontos do Presidente Trump”, adiantou Pigott. 

Desde que o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza, patrocinado por Trump, entrou em vigor a 10 de outubro deste ano, o movimento radical palestiniano entregou os 20 reféns que permaneciam vivos no enclave e 27 dos 28 corpos de reféns mortos. 

Quando o Hamas entregar o último corpo, a chamada primeira fase do acordo de paz será considerada como concluída e terá início a segunda, que prevê, entre outros aspetos, o desarmamento do grupo radical, o recuo das tropas israelitas no enclave e a constituição de um governo tecnocrata para o território, devastado por dois anos de guerra, que teve início em outubro de 2023. 

Espera-se que o Presidente norte-americano exija progressos no cessar-fogo que os Estados Unidos ajudaram a intermediar em outubro passado. 

No entanto, mais de três meses após a entrada em vigor do cessar-fogo, as condições de vida dos palestinianos na devastada Faixa de Gaza não melhoraram, uma vez que milhares continuam a viver em condições precárias em tendas que foram agora danificadas pelas fortes chuvas que caem desde o início do mês. 

Além disso, os ataques das tropas israelitas, que ainda controlam mais de 50% de Gaza, não cessaram completamente. 

Conforme o Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo Hamas, mais de 400 palestinianos foram mortos em ataques israelitas desde a entrada em vigor da trégua. 

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