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Documento-base para trégua entre Israel e o Hamas inclui cessar-fogo de 60 dias, ajuda humanitária e reféns

Lusa 06 de julho de 2025 às 16:34
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Durante este período, deverão ser libertados 10 reféns vivos e 18 israelitas. Em troca, Israel libertará um número ainda indeterminado de prisioneiros palestinianos.

Um cessar-fogo temporário de 60 dias, a libertação de reféns detidos pelo Hamas e a abertura de passagens terrestres para a entrada de ajuda humanitária são alguns dos pontos-chave do documento-base de negociação para alcançar uma trégua na Faixa de Gaza.

O documento, a que a agência espanhola Efe teve acesso, servirá de base para as negociações entre Israel e o movimento islamita Hamas, que terão lugar este domingo em Doha, Qatar, onde se estão as delegações de ambas as partes para uma nova ronda de conversações indiretas.

O texto refere que durante os 60 dias de cessar-fogo, os Estados Unidos garantirão o compromisso de Israel com a trégua, bem como a suspensão diária dos voos militares durante 10 a 12 horas.

Durante este período, deverão ser libertados 10 reféns vivos e 18 israelitas: oito vivos no primeiro dia, cinco mortos no sétimo dia; cinco mortos no 30.º dia, um refém vivo no 50,º dia e oito mortos no 60.º dia, o último da trégua.

Em troca, Israel libertará um número ainda indeterminado de prisioneiros palestinianos detidos em prisões israelitas, mas o documento exige também que o Hamas forneça uma "prova de vida" dos reféns restantes antes do décimo dia.

Por outro lado, o texto prevê a autorização israelita para a entrada de ajuda humanitária "urgente", bem como de materiais de construção destinados a reparar infraestruturas vitais como abastecimento de água, eletricidade ou centros de saúde.

A ajuda será distribuída pelas Nações Unidas e pelo Crescente Vermelho da Palestina.

Está igualmente prevista a retirada gradual das tropas israelitas do norte e sul da Faixa de Gaza para "locais específicos" ainda por determinar, bem como o cronograma para essa retirada e para a libertação dos prisioneiros palestinianos.

Nesta fase, terão início negociações para alcançar uma trégua permanente e acordos de segurança "a longo prazo" dentro da Faixa de Gaza, sendo os mediadores – Egito, Qatar e Estados Unidos – os responsáveis por garantir a implementação do acordo.

De acordo com o documento, será o presidente norte-americano, Donald Trump, quem supervisionará pessoalmente a aplicação do acordo, enquanto o enviado dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, liderará as negociações no terreno.

Caso as negociações fracassem no prazo de 60 dias, o cessar-fogo temporário poderá ser prorrogado.

Uma trégua de 60 dias constitui o princípio central da proposta apresentada há meses por Steve Witkoff, que Israel apoia desde o início, mas que o Hamas rejeitou anteriormente por não prever a retirada israelita do território nem o fim da ofensiva.

Desde o início da guerra, mais de 57.300 palestinianos morreram na Faixa de Gaza e mais de 132.000 ficaram feridos em ataques israelitas, segundo os dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza.

Gaza vista de Israel
Gaza vista de Israel AP Photo/Ohad Zwigenberg)
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