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Costa e Marcelo condenam decisão de Putin sobre o Donbass

Leonor Riso
Leonor Riso 22 de fevereiro de 2022 às 10:26
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Portugal cola-se à posição da União Europeia, que vai decidir sobre sanções a aplicar à Rússia esta terça-feira, e defende Ucrânia: Putin "põe em causa a integridade territorial" do país.

Vladimir Putin reconheceu a independência das regiões ucranianas dominadas por separatistas pró-russos de Lugansk e Donetsk, uma decisão condenada tanto por Marcelo Rebelo de Sousa como por António Costa.

Pedro Catarino

O Presidente da República frisou que "como a União Europeia já o disse, e o Governo português, através do senhor primeiro-ministro, a posição portuguesa é muito clara: o reconhecimento da soberania das duas regiões separatistas da Ucrânia representa uma violação clara dos Acordos de Minsk e põe em causa a integridade territorial da Ucrânia".

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À chegada a Haia, nos Países Baixos, o Presidente colou a posição de Portugal à da União Europeia e recordou "os muitos ucranianos e as muitas ucranianas que vivem em Portugal", querendo "dizer a umas e a outros que acompanho, e acompanhamos, autoridades portuguesas - e no caso português com uma comunidade que é maior do que outras comunidades noutros países da UE -, aquilo que naturalmente sentirão".

"Portugal acompanha exatamente aquilo que se vai passando quanto aos seus compatriotas residentes ou que se encontram na Ucrânia, como tem presente no seu espírito – todas as autoridades portuguesas – a comunidade ucraniana, que é grande, que é importante no nosso país, com uma dimensão superior àquela que porventura existe noutros países da UE", adicionou Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhando que o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem comunicado com os portugueses.

A União Europeia, tal como os EUA, decidirá esta terça-feira que sanções serão aplicadas à Rússia pelo bloco. 

Sobre as possíveis sanções, o Presidente da República não se quis pronunciar.

Antes, António Costa recorreu ao twitter para criticar a Rússia: "O reconhecimento russo das duas regiões separatistas da Ucrânia viola claramente os acordos de Minsk e põe em causa a integridade territorial da Ucrânia. Condenamos veementemente esta ação e manifestamos total solidariedade para com a Ucrânia", escreveu o primeiro-ministro.

Augusto Santos Silva, o ministro dos Negócios Estrangeiros, também falou aos jornalistas após uma reunião entre os 27 representantes da diplomacia de cada país da União Europeia em Bruxelas. As suas declarações foram prestadas antes de Putin assinar o decreto que reconhece a independência do Donbass.

"Os ministros estrangeiros da União Europeia instam o senhor Putin a não dar esse passo porque isso significaria uma violação flagrante dos acordos de Minsk, os acordos que ele supostamente diz querer aplicar", afirmou. "Nós julgamos que os acordos de Minsk e os formatos que eles criaram, designadamente o trabalho conjunto ou o contacto entre França, Alemanha, Ucrânia e a Rússia constituem o melhor instrumento de que nós dispomos, o melhor instrumento até agora disponível, para gerir esta crise gravíssima de segurança e para encontrar para ela uma solução política aceitável por todos", salientou Augusto Santos Silva.

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