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Conselho de Segurança da ONU debateu crise em Caxemira pela primeira vez em décadas

16 de agosto de 2019 às 21:28
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Desde que a revogação do estatuto foi anunciada, no passado dia 5 de agosto, que a Caxemira indiana vive num "colete de forças" com a proibição de concentrações e o reforço das forças de segurança indianas.

O Conselho de Segurança debateu, esta sexta-feira, à porta fechada a crise em Caxemira, tema que há décadas não era debatido naquele órgão das Nações Unidas.

Em declarações à imprensa no final dos trabalhos, a embaixadora do Paquistão na ONU, Maleeha Lodhi, disse que a sessão permitiu demonstrar que naquela região, alvo de disputa entre Islamabad e Nova Deli, as pessoas "podem estar enclausuradas, mas as suas vozes foram hoje ouvidas nas Nações Unidas".

Maleeha Lodhi acrescentou que as consultas no Conselho de Segurança da ONU, centradas na recente decisão indiana de condicionar a autonomia administrativa de Caxemira, "são o primeiro e não o último passo", e terminará somente "quando for feita justiça ao povo de Jammu e Caxemira".

Por seu lado, o representante da Índia na ONU, Syed Akbaruddin, afirmou que Nova Deli está comprometida com uma solução "bilateral e pacífica" da crise desencadeada em Caxemira e insistiu no caráter democrático do Governo que representa.

"Estamos comprometidos em que todos os assuntos entre a Índia e o Paquistão (...) se resolvam de maneira bilateral e pacífica", frisou Akbaruddin, igualmente dirigindo-se aos jornalistas.

O território de Caxemira é controlado em cerca de dois terços pela Índia (maioritariamente hindu) e em 37% pelo Paquistão (muçulmano, tal como a maioria dos habitantes de Caxemira). As duas potências nucleares do sul da Ásia já travaram duas guerras pelo seu controlo.

Desde 1948, uma resolução da ONU prevê a organização de um referendo de autodeterminação em Caxemira, que se mantém letra morta face à oposição de Nova Deli.

Diferentes grupos separatistas combatem, há décadas, a presença de cerca de 500 mil soldados indianos na região de Jammu-Caxemira para exigir a independência do território ou a integração no Paquistão. Dezenas de milhares de pessoas, na grande maioria civis, já morreram no conflito.

Desde que a revogação do seu estatuto foi anunciada, no passado dia 5 de agosto, que a Caxemira indiana vive num "colete de forças", com a proibição de concentrações e o reforço das forças de segurança indianas.

Segundo a imprensa indiana, pelo menos 500 pessoas foram detidas esta semana em Jammu-Caxemira.

O Conselho de Segurança não aprovou nenhuma declaração no final da sessão à porta fechada, que foi pedida pela China e pelo Paquistão.

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