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China nega acusações de que os seus soldados estão a lutar na Ucrânia

Volodymyr Zelensky afirmou na terça-feira que os militares ucranianos capturaram dois chineses que se encontravam com o exército russo na região do Donetsk, e que existem outros no país, no entanto o governo chinês garante que estes se juntaram aos russos por iniciativa própria.

A alegação da Ucrânia de que um número significativo de soldados chineses está a lutar ao lado dos russos é "totalmente infundada", garantiu esta quarta-feira o governo chinês. 

Andriy Andriyenko/Ukrainian 65 Mechanised brigade/AP

Volodymyr Zelensky afirmou na terça-feira que os militares ucranianos capturaram dois chineses que se encontravam com o exército russo na região do Donetsk e que, além disso, tinha informações que existem "mais" entre as tropas russas. Esta foi a primeira vez que a ucrânia afirmou que estavam combatentes chineses no seu território desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.  

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, garantiu que a China desempenhou um "papel construtivo na resolução política da crise na Ucrânia". Numa conferência de imprensa referiu que "o governo chinês pede sempre aos seus cidadãos que se mantenham longe de zonas de conflito, evitem envolver-se em qualquer forma de conflito armado e, especialmente, se abstenham de participar em operações militares".

Desta forma parece que Lin Jian queria transmitir a mensagem que os chineses capturados se juntaram aos russos por iniciativa própria. Pequim é conhecido por ser um importante aliado de Moscovo e não condenou a invasão à Ucrânia.  

Anteriormente a Ucrânia e os Estados Unidos já tinham afirmado que milhares de soldados norte-coreanos têm ajudado a Rússia depois de um acordo entre o Kremlin e o governo de Kim Jong-un, ainda que nem a Rússia nem a Coreia do Norte confirmem esse acordo. No X o presidente ucraniano afirmou que "o envolvimento da Rússia com a China, juntamente com outros países, direta ou indiretamente, nesta guerra na Europa é um sinal claro de que Putin pretende fazer tudo menos acabar com a guerra".  

Sobre o envolvimento chinês, a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano referiu que os Estados Unidos já estavam "cientes" dos relatos e considerou-os "perturbadores". "A China é uma grande facilitadora da Rússia na guerra na Ucrânia", afirmou Tammy Bruce referindo-se ao facto da China fornecer quase 80% dos itens de dupla utilização que a Rússia usa para sustentar a guerra.  

Tanto o exército russo como o da Ucrânia permitem o alistamento de soldados estrangeiros.  

Depois de uma tentativa norte-americana para que fossem decretadas tréguas de trinta dias ter sido rejeitada pelo Kremlin, os analistas internacionais acreditam que os dois lados estejam a preparar novas ofensivas para a primavera. Ainda assim ambos os países continuam em confronto numa linha da frente com cerca de mil quilómetros.  

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