Vários milhares de soldados norte-coreanos foram enviados para a Rússia nas últimas semanas para apoiar o exército russo.
Um alto funcionário militar dos Estados Unidos afirmou terça-feira que "centenas" de soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos em combates com o exército ucraniano na região russa de Kursk.
"Várias centenas de baixas é a nossa última estimativa das perdas norte-coreanas", disse o oficial sob condição de anonimato, acrescentando que a contagem incluía "baixas ligeiras, bem como os mortos em combate".
Hoje, o comandante-chefe do exército ucraniano, Oleksandre Syrsky, afirmou que "durante três dias, o inimigo tem conduzido intensas operações ofensivas na região de Kursk, utilizando ativamente unidades do exército norte-coreano", acrescentando que estas últimas já tinham "sofrido pesadas perdas".
Confrontada com a invasão de Moscovo há quase três anos, a Ucrânia lançou uma ofensiva surpresa na região russa de Kursk no início de agosto, a maior ofensiva em território russo desde a Segunda Guerra Mundial, e ainda controla uma pequena parte deste território.
Vários milhares de soldados norte-coreanos foram enviados para a Rússia nas últimas semanas para apoiar o exército russo.
O Kremlin, porém, esquiva-se ao assunto, não querendo confirmar a informação. Pyongyang não confirmou nem desmentiu este destacamento sem precedentes.
Estas tropas "nunca tinham combatido antes", disse o responsável americano, considerando que isso poderia explicar "porque é que sofreram tantas perdas contra os ucranianos".
Nos últimos meses, a Rússia e a Coreia do Norte assinaram um acordo de defesa mútua, que entrou em vigor no início de dezembro, segundo a diplomacia russa. O artigo 4º do acordo prevê "assistência militar imediata" em caso de agressão armada por parte de países terceiros.
Os EUA têm sido o principal apoiante militar de Kiev desde o início da invasão russa em 2022, e a administração do Presidente Joe Biden, que está a deixar o cargo, fez nas últimas semanas uma série de anúncios sobre o envio de equipamento militar para a Ucrânia.
Ainda há 5,6 mil milhões de dólares em fundos disponíveis, mas nem todos podem ser gastos e enviados para a Ucrânia antes da tomada de posse de Donald Trump, a 20 de janeiro, que está cético em relação a esta ajuda, disse hoje um alto funcionário da defesa dos EUA.
Estes fundos podem, no entanto, ser transferidos "para que estejam disponíveis para a próxima administração", acrescentou o responsável.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu hoje aos seus aliados ocidentais que "fortaleçam urgentemente a Ucrânia no campo de batalha", já que as forças de Kiev têm vindo a recuar contra o Exército russo.
"A principal coisa que nos vai unir é determinar como fortalecer urgentemente a Ucrânia no campo de batalha, política e geopoliticamente", disse Zelensky durante uma conferência de imprensa com o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.
O Presidente ucraniano - cujo país luta há quase três anos para repelir uma invasão russa - apelou ainda aos europeus para que se juntem a Kiev face ao Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, que deverá tomar posse em janeiro.
O regresso do líder republicano à Casa Branca fez com que a Ucrânia e os seus aliados temessem uma redução na ajuda militar crucial dos EUA e uma pressão para compromissos favoráveis à Rússia durante possíveis conversações de paz.
"É muito importante que estes sinais sejam enviados para os Estados Unidos, que a nova administração também os ouça, que estejamos todos unidos no nosso desejo de uma paz justa na Ucrânia", disse Zelensky.
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