O senador Marco Croatti, o deputado Arturo Scotto, a eurodeputada Annalisa Corrado e a eurodeputada Benedetta Scuderi, chegaram hoje a Itália.
Quatro parlamentares italianos que viajavam na Flotilha Global Sumud, intercetada pelo Exército israelita, desembarcaram esta sexta-feira no aeroporto de Fiumicino, em Roma, representando o início do processo de expulsão das mais de 400 pessoas detidas desde quarta-feira à noite.
Israel expulsa flotilha; navios Huga, Morgana, Wahoo, Paola 1 e Fair Lady chegam a ItáliaDR
Trata-se do senador Marco Croatti, do Movimento 5 Estrelas; do deputado Arturo Scotto e da eurodeputada Annalisa Corrado, do Partido Democrático (PD); e de eurodeputada Benedetta Scuderi, representante do grupo parlamentar Europa Verde.
Os advogados italianos da Flotilha Global Sumud denunciaram hoje que as autoridades israelitas deixaram os ativistas sem comida ou água durante horas desde que os detiveram, na noite de quarta-feira e na manhã de quinta-feira.
“Os ativistas detidos por Israel ficaram sem comida nem água durante horas. Até ontem (quinta-feira) à noite”, disse a equipa jurídica italiana.
“Além do pacote de batatas fritas dado a Gretan [Thunberg, ativista ecologista sueca] e mostrado às câmaras, nada mais foi dado”, acrescentaram.
Em relação a alegados maus-tratos aos ativistas, os advogados sustentaram que “é certo que foram alvo de alguns abusos verbais, mas também de abusos físicos: desde serem bombardeados com canhões de água até serem obrigados a embarcar nos navios militares sob a mira de uma arma”.
Os advogados instaram também o Governo italiano a “exigir explicações sobre o vídeo em que o ministro [da Segurança Nacional israelita, Itamar] Ben Gvir lhes chama terroristas”.
A líder do PD, Elly Schlein, publicou nas redes sociais um vídeo em que abraça Arturo Scotto e Annalisa Corrado à sua chegada, juntamente com uma mensagem apelando aos Governos internacionais para que façam “tudo o que for possível” para “agilizar a libertação e o regresso dos ativistas”, cujo objetivo era furar o cerco israelita e entregar ajuda na Faixa de Gaza (alimentos e medicamentos) e criar um corredor humanitário permanente.
“Todos os ativistas da flotilha devem ser libertados de imediato e autorizados a regressar, uma vez que a sua detenção pelo Governo israelita é ilegal, assim como a sua interceção em águas internacionais”, sustentou Schlein.
Uma mensagem semelhante partilhou o líder do Movimento 5 Estrelas, Giuseppe Conte, que instou o recém-regressado senador Croatti a mostrar-se “orgulhoso” do que fez.
Conte sublinhou que a Flotilha Global Sumud, composta por mais de 40 navios e mais de 500 ativistas humanitários de diversas nacionalidades, enviou “um sinal contundente” e criticou “a hipocrisia daqueles que encobrem o genocídio em curso em Gaza”.
As forças israelitas intercetaram entre a noite de quarta-feira e a manhã de quinta-feira a Flotilha Global Sumud, detendo os participantes, entre os quais quatro cidadãos portugueses: a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves.
Também foram detidos ativistas espanhóis, italianos, turcos, malaios, tunisinos, brasileiros e franceses, bem como cidadãos dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, México e Colômbia, entre muitos outros.
A guerra declarada por Israel a 07 de outubro de 2023 em Gaza para “erradicar” o movimento islamita palestiniano Hamas – horas após um ataque a território israelita com cerca de 1.200 mortos e 251 reféns - fez, até agora, pelo menos 66.288 mortos e 169.165 feridos, na maioria civis, segundo números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
Fez igualmente milhares de desaparecidos, soterrados nos escombros e espalhados pelas ruas, e mais alguns milhares que morreram de doenças e infeções e fome, causada por mais de dois meses de bloqueio de ajuda humanitária e pela posterior entrada a conta-gotas de mantimentos, distribuídos em pontos considerados “seguros” pelo Exército, que regularmente abre fogo sobre civis famintos, tendo até agora matado 2.597 e ferido mais de 19.000.
Há muito que a ONU declarou o território em grave crise humanitária, com mais de 2,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” e “o mais elevado número de vítimas alguma vez registado” pela organização em estudos sobre segurança alimentar no mundo, mas a 22 de agosto emitiu uma declaração oficial do estado de fome na cidade de Gaza e arredores.
Já no final de 2024, uma comissão especial da ONU acusara Israel de genocídio em Gaza e de usar a fome como arma de guerra, situação também denunciada por países como a África do Sul junto do Tribunal Internacional de Justiça, e uma classificação igualmente utilizada por organizações internacionais de defesa dos direitos humanos.
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