Yossi Cohen, antigo chefe da Mossad, queria impedir que Fatou Bensouda abrisse um caso contra Israel no TPI.
O antigo chefe da Mossad, agência de inteligência israelita, é acusado ter ameaçado uma procuradora-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI). As ameaças terão ocorrido durante uma série de reuniões secretas durante as quais tentou que a procuradora Fatou Bensouda não avançasse com as investigações por crimes de guerra, garante oThe Guardian.
REUTERS
Yossi Cohen tinha como objetivo impedir que fosse aberta uma investigação formal sobre alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade nos territórios palestinianos ocupados. Israel autorizou as suas reuniões, uma das fontes citadas pelo jornal britânico refere até que Cohen era o "mensageiro não oficial" de Netanyahu.
A investigação acabou por ser aberta e culminou, na semana passada, com o anúncio de Karim Khan, sucessor de Bensouda, de que tinha sido pedido um mandado de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, devido à conduta adotada em Gaza. Os alegados crimes incluem ataques dirigidos a civis e utilização da fome como método de guerra.
Além de Netanyahu, Karim Khan quer também mandados de captura contra o ministro da defesa israelita, Yoav Gallant, e contra três dos líderes do Hamas no enclave.
Apesar de o caso só ter sido conhecido na semana passada, remota a 2015 quando Bensouda decidiu abrir um exame preliminar sobre a situação da Palestina, tendo em conta crimes cometidos em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Quatro fontes confirmaram que Bensouda partilhou com um pequeno grupo de altos funcionários do TPI as reuniões que teve com Cohen e a forma como este a tentou influenciar para que não avançassem na investigação, afirmando ainda ter cada vez mais preocupações com a forma como o seu comportamento se demonstrava mais persistente a ameaçador.
Um funcionário afirma até que a então procuradora-chefe partilhou consigo ameaças: "Deveria ajudar-nos e deixar-nos cuidar de si. Não se quer envolver em coisas que possam comprometer a sua segurança ou a segurança da sua família".
O porta-voz do gabinete do primeiro-ministro israelita respondeu às questões doThe Guardianafirmando: "As perguntas que nos foram enviadas estão repletas de alegações falsas e infundadas destinadas a prejudicar o Estado de Israel". Telavive recusa-se a reconhecer a autoridade do TPI há já bastante tempo, mas depois de Karim Khan ter anunciado o seu pedido, alguns dos ministros israelitas prometem até tentar desmantelá-lo.
Cohen foi um dos aliados mais próximos de Netanyahu, apesar de neste momento já ter uma carreira política isolada no país. Era conhecido por ser um recrutador bastante eficaz de agentes estrangeiros. Foi conselheiro de segurança nacional, entre 2013 e 2016, e em 2016 foi nomeado diretor da Mossad.
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