Sébastien Lecornou tomou posse depois de o seu antecessor ter perdido uma moção de confiança na segunda-feira.
O Ministério da Administração Interna francês registou 430 ações, 273 manifestações e 157 bloqueios espalhados por todas as regiões do país. No dia em que Sébastien Lecornou tomou posse enquanto primeiro-ministro francês, milhares de pessoas saíram às ruas. As autoridades francesas tiveram de atuar em algumas situações, recorrendo até a gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes.
Protesto contra a nomeação do primeiro-ministro em FrançaAP Photo/Thibault Camus
Até ao meio-dia 295 pessoas foram detidas, mais de metade delas em Paris. As autoridades francesas destacaram 80 mil polícias para tentarem conter as manifestações em Paris, Bordéus, Toulouse, Montpelliers, Nantes e Lyon.
“Precisamos de mudanças” é um dos principais gritos de ordem ouvidos em todas as manifestações. Os manifestantes querem, entre outras coisas, o abandono da ideia de abolir dois feriados, a redução dos custos de vida e a implementação de condições mais generosas para as baixas por doença.
Apesar de milhares de pessoas terem saído às ruas o país não ficou paralisado e a maior parte das ações ocorreu num ambiente de tranquilidade. Ainda assim já foram noticiados alguns momentos de tensão, como em Rennes, onde um autocarro foi vandalizado e incendiado ou em Cherbourg e Valence, onde vias foram bloqueadas. A companhia ferroviária SNCF referiu que impediu uma tentativa de arrombar a Gare du Nord, uma das principais estações de Paris, e outro outros “atos maliciosos” enquanto muitos dos transportes públicos da capital francesa e da região de Île-de-France estão a sofrer interrupções.
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Confrontos entre polícia e manifestantes que protestam contra crise política em França
A maior parte das ações foram marcadas pelo movimento Bloquons Tout – "Bloqueiem Tudo" em português - considerado pelo ministro da Administração Interna demissionário, Bruno Retailleau, como um “movimento de extrema-esquerda" que começou nas redes sociais e foi apoiada por todos os partidos da esquerda francesa, desde e França Insubmissa ao Partido Socialista.
As maiores manifestações estão marcadas para esta tarde pelo que a segunda etapa do Tour de l'Ardèche feminino acabou por ser cancelada: “A organização do Tour Ciclista Internacional Feminino de Ardèche informa que a segunda etapa programada para hoje entre Saint-Rambert-d'Albon e Saint-Donat, foi cancelada. Esta decisão segue um decreto da câmara emitido pelas autoridades competentes. A segurança das nossas corredoras, dos seguidores, do público e de toda a caravana do evento continua a ser a prioridade absoluta”.
Sébastien Lecornou utilizou as redes sociais para prometer que o seu governo vai trabalhar para a “estabilidade política e institucional para a unidade do país”.
Le Président de la République m'a confié la tâche de construire un Gouvernement avec une direction claire : la défense de notre indépendance et de notre puissance, le service des Français et la stabilité politique et institutionnelle pour l'unité du pays. Je tiens à le…
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Ao ver os socialistas que apoiam a Flotilha "humanitária" para Gaza tive a estranha sensação de estar a ver a facção do PS que um dia montará um novo negócio, mais alinhado com a esquerda radical, deixando o PS “clássico” nas águas fétidas (para eles) do centrão.
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